A Póvoa de Varzim volta a ser palco a partir de amanhã, 15 de fevereiro e até dia 22, de mais uma edição dos Correntes d’Escritas, evento cultural que combina várias expressões artísticas como pintura, teatro, cinema, performance e fotografia, para além da Literatura.
A edição deste ano, a 26ª, espera a participação de cerca de 100 participantes oriundos das mais diversas latitudes das línguas ibéricas, e vai contar com lançamentos de livros, teatro, cinema, exposições, conversas, residência literária, sessões nas escolas, curso de formação de professores – Correntes em Rede, Encontro de Tradução, Vozes Transeuntes e Feira do Livro.
A edição de 2025 assinala os 500 anos do nascimento de Camões, e vai homenagear escritores como Camilo Castelo Branco, na comemoração dos 200 anos do seu nascimento, Luis Sepúlveda e Luísa Dacosta. A estes também se junta Maria Teresa Horta, que além de ser uma presença marcante no Correntes, venceu o Prémio Literário Casino da Póvoa em 2021.
A grande novidade deste ano é que serão quadros mundialmente reconhecidos, como “Guernica” de Picasso ou “A Guerra” de Paula Rego, a dar mote às 10 Mesas do Correntes d’Escritas.
No dia 15 de fevereiro, a partir das 10h30, as “vozes transeuntes nas ruas da poesia” estarão no Mercado Municipal e vão percorrer algumas artérias da cidade fazendo ecoar os seus versos por toda a cidade, dando o sinal de partida para as Correntes. Alexandre Sá, Francisca Bartilotti, Isaque Ferreira, João Rios, Rui Spranger e Sandra Salomé são os autores que integram este projeto e dão voz aos mais diversos escritores. Além de poesia, o Mercado Municipal também vai receber a exposição de Isabel Babo Estendal Comunitário (que apresenta trabalhos realizados a partir de elementos recolhidos na praia que se vão tecendo e juntando).
No dia 18, pelas 17h00, no Museu Municipal, será inaugurada uma exposição de homenagem a Camilo Castelo Branco, no âmbito da comemoração dos 200 anos do seu nascimento, intitulada Camilo e o Jogo na Póvoa Balnear. Na sala de atos do Cine-Teatro Garrett também haverá uma exposição de Paulo Sérgio BEJu dedicada ao autor de Amor de Perdição, a ser inaugurada no dia 19, às 16h00, perdições – eu Camilo – amores e desamores, o sagrado, o corpo e as afeições. A sala ao lado recebe, igualmente, a exposição Ímpar de Olga Santos, com fotografias de sapatos perdidos na praia.
A cerimónia oficial de abertura será no dia 19 de fevereiro, às 10h00, no Casino da Póvoa, com o anúncio dos vencedores dos Prémios Literários e o lançamento da Revista dedicada a Onésimo Teotónio Almeida, presença assídua no Correntes d’Escritas. A este momento, seguir-se-á a abertura da exposição Coleção de Arte Varzim-Sol, com a curadoria de Tomás Carneiro, no Diana-Bar. Pelas 15h00, no Cine-Teatro Garrett, Helder Macedo vai proferir a Conferência de Abertura intitulada “Luís de Camões: conhecer não ter conhecimento”.
Também no mesmo dia, às 18h30, terá lugar, na Biblioteca Municipal, a inauguração de Mundo Sepúlveda – Fotografias de Daniel Mordzinski, uma evocação ao escritor chileno.
A biblioteca será ainda palco da exposição – à sombra do mar – para recordar outra viagem sem volta, da escritora Luísa Dacosta. Ser-lhe-á ainda dedicado o mural do corredor de acesso às salas de leitura que a autora tantas vezes percorreu. O mural “Eu fui ao mar às laranjas destaca a vida e a obra de uma escritora que”, segundo Manuel Lopes, “não se comenta. Sente-se como o Mar”. A parede ficará forrada de livros e fotografias que servirão de mote para dar a conhecer as fortes ligações de Luísa Dacosta à Póvoa de Varzim, o seu percurso pessoal, as amizades e a sua obra literária, alicerçadas nas gentes e paisagem poveiras.
A exposição À Sombra do Mar – Poemas de Luísa Dacosta e Fotografias de Daniel Curval resulta de um desafio que a autora fez ao Daniel em 1999: dez fotografias para dez poemas seus sobre a temática do Mar e de um local em concreto, a praia do Quião em Aver-o-Mar onde Luísa Dacosta local onde se situava o moinho onde passou muitas temporadas.
A 19 de fevereiro, às 22h00, será apresentado, na sala principal do Garrett, o espetáculo multimédia Árvores e outras espécies de verso. Este espetáculo pluridisciplinar, da Bairro dos Livros, coloca em diálogo textos de Minês Castanheira e Raquel Patriarca, como pontos de reflexão sobre a identidade, a liberdade, a criação no feminino, a condição artística pensada do ponto de vista da mulher. Catarina Rocha é autora do vídeo ilustrado e a performance de movimento é de Emilene Lima.
No dia 20, e tal como acontece todas as quintas-feiras, haverá cinema na sala principal do Cine-Teatro Garrett. A proposta do Octopus é um cine-concerto com a exibição do filme de Rodrigo Areias A Pedra Sonha dar Flor, com banda sonora interpretada ao vivo pelo seu autor Dada Garbeck, pelas 22h00.
Outra expressão artística marcante é fotografia e Alfredo Cunha está de regresso ao Correntes d’ Escritas com o seu estúdio de luz natural que, desta vez, será itinerante, à procura do melhor ângulo. Daniel Mordzinski também é reincidente, sempre bem apetrechado para fotografar escritores. Generosos são também o Rui Sousa ou o José Carlos Marques de câmaras preparadas para todos os momentos.
Mais uma vez, este ano, o Correntes desafiou os comerciantes da cidade a juntarem-se à festa e à celebração e convidou Adélia Carvalho e várias ilustradoras para levarem às lojas a arte e a poesia, as ilustrações e as palavras.
Vai também decorrer uma Feira do Livro, numa tenda instalada junto ao Cine-Teatro, organizada pela Papelaria Locus, que também patrocina um dos prémios literários.
O programa completo pode ser consultado aqui.









