No segundo dia, Paredes de Coura recebeu os repetentes Portugal The Man, a estreia da nova sensação da atualidade, Lola Young, Perfume Genius, Terno Rei e Linda Martini.
O segundo dia do festival entrou “a pés juntos” com o rock e o post-punk da banda portuguesa Linda Martini, que levantou poeira com os primeiros moches desta edição. Com o calor das 17 horas, o público foi ecoando as letras das canções mais conhecidas como “Boca de Sal”, “Gravidade” e “Cem Metros Sereia”, música que deixou os fãs agarrados à banda e a repetir o poema. Das duas uma: ou deixaram o público suado, cansado e derrotado com tanto movimento, ou preparam a plateia para mais uma noite no couraíso.
Os brasileiros Terno Rei atuaram como segundo concerto do dia, para um recinto que se ia enchendo aos poucos. A banda de indie rock apresentou o seu quinto álbum, Nenhuma Estrela, e várias canções de álbuns anteriores, acompanhadas de aplausos contidos. Contudo, “Solidão de Volta” elevou a fasquia e acarinhou o público, que muito apreciou.
A noite ia desenrolando e a colina de Coura começava a ficar cada vez mais recheada. Foi a vez da sensualidade e da performance de Perfume Genius, de abraçar o palco – e uma cadeira –, para um público pouco conhecedor dos seus temas. O teatro que cobria toda a sua lírica, fez de Perfume Genius, nome artístico de Mike Hadreas, um performer nato, sem preconceito e completamente liberto.
O fenómeno Lola Young pisou o palco de Paredes de Coura e rapidamente levantou voo. Perante uma plateia em êxtase e repleta de amor para lhe dar, a artista respirou fundo e, de sorriso rasgado, afirmou: “This is insane”. Abriu o coração e apresentou o álbum, “This wasn’t meant for you anyway”, que lançou Lola para o estatuto atual e, com tempo para singles mais recentes, a cantora delirou com a resseção do público a todas as canções. “Messy” foi a cereja no topo do bolo, elevando o concerto até um momento daqueles raros, onde a artista e o público estão completamente em sintonia e se unem para algo inesquecível.
Foi apaixonante, digna de grandes palcos e, possivelmente, a sensação da atualidade, com transparência, vulnerabilidade e genuinidade a transbordar em cada palavra. Para Lola, este foi o melhor concerto da sua vida e a melhor plateia de sempre, como o classificou. Foi tudo mútuo e, quando é assim, não se consegue dizer muito mais.
Os já conhecidos Portugal The Man, que tocaram neste festival três vezes, trouxeram amor e boa música para dar a Paredes de Coura, fechando o palco principal. A banda americana, que carrega o nome do nosso país, andou a vaguear pela discografia e, para dar ao público o máximo de música no tempo delineado, foram projetadas várias frases – traduzidas para português – como forma de comunicar com os fãs.
“Modern Jesus”, “Purple Yellow Red and Blue” e “Feel it Still”, temas mais antigos, provocaram mais movimento e energia no público que, até então, se ia divertindo e abanando com a cabeça, sem muitos histerismos. Foi um bom concerto de fecho, que valeu pelo carinho da banda pelo público, pelo Paredes de Coura e por Portugal.
Bed Legs cumpriu a tarefa de abrir o palco secundário, seguindo-se Glocklenwise e La Lom. O furacão imparável Fat Dog e Soft Play também subiram a este palco e, já em horário de after, foi Travo e The Help que deram música aos menos cansados.




















