A Luz Da francesa Zaho De Sagazan E A Procura De Estrelato Dos Vampire Weekend Na Primeira Noite Do Paredes De Coura 2025

Reportagem de António Parra (Fotografias) e Beatriz Lira (Texto)

Vampire Weekend

Chegou o Vodafone Paredes de Coura e, com ele, mais uma edição de música, calor e boa energia. Este ano, com os passes gerais esgotados, o festival trouxe, à primeira noite, Vampire Weekend, Zaho de Sagazan, Mj Lenderman & The Wind, Nilüfer Yanya e Samuel Úria.

A tarde do primeiro dia começou com o charme e carisma de Samuel Úria, que veio apresentar o seu novo álbum, 2000 A.D., intercalando canções antigas como “Lenço Enxuto” e “É Preciso Que eu Diminua”. Muito piadético e com uma vontade transparente de estar naquele palco, Samuel soube agarrar o público e prepará-lo para o que viria.

Nilüfer Yanya, a cantora indie rock britânica, subiu ao palco perante uma plateia que a esperava, e com um pôr do sol que parecia feito para ela. Discreta, sem enredos e sem muitos malabarismos, banhou o público com Method Actor, álbum mais recente e, ainda, um cover de PJ Harvey. Com influências na década de 90, a artista pisou o palco de Paredes de Coura acompanhada de uma banda onde todos os músicos se completavam, ao mesmo tempo que brilhavam, à sua maneira.

De noite cerrada, o norte americano MJ Lenderman tocou para um recinto que, para Paredes de Coura é já habitual, mas para a banda foi uma surpresa: “Is this the most people we have ever played for?”. Em resposta, outro membro da banda confirmou, de sorriso na cara. O modo desajeitado e encurvado do artista agarrou o público, que sabia para o que vinha: uma boa música, bons instrumentais e pouco falatório, que descrevem a surpresa que foi MJ Lenderman.

A colina rapidamente encheu para aquele que viria a ser o concerto da noite, ainda que ninguém soubesse: Zaho de Sagazan. A francesa trouxe de tudo um pouco, e fê-lo tão bem que, por momentos, o público ficou incrédulo e imóvel – só a apreciar – e em plena festa – o suor a escorrer, os braços no ar e os corpos a dançar. Acompanhada de mais quatro músicos, a cantora francesa ocupou todos os espaços do gigante palco de Paredes de Coura e, como se não lhe chegasse para brilhar, desceu até às grades do público, agarrou-se aos vários fãs, que cantavam com emoção as suas letras. “Je t’aime Coura” proferiu a artista infinitamente, maravilhada com o que os seus olhos viam. Do nosso lado, a resposta foi incansável e as danças cada vez mais libertas, confirmando a surpresa mais do que agradável, que foi este concerto. “I think it’s the best show of the summer”, considerou a artista. Para o público, não houve grandes dúvidas: foi a surpresa da noite, que será, certamente, apreciada e levada por quem presenciou.

Coube a Vampire Weekend terminar a primeira noite no palco secundário. E que boa forma de fechar. Um manto preto e com o nome da banda cai para se ouvir a primeira música do novo álbum, Only God Was Above Us, para um recinto onde só uma pena poderia caber entre os corpos suados da plateia. “Ice Cream Piano”, “Connect” e “Capricorn” foram algumas das novas que receberam o claro entusiasmo do público. No entanto, foi com “A-Punk”, “Campus”, “This Life” e “Harmony Hall” que se sentiu o tremor e que se ouviu o coro courense. Completos, energéticos e extremamente musicais, a banda nova-iorquina percorreu uma discografia rica em hits, fazendo jus à carreira de quase 20 anos e mostrando o porquê de subirem a este palco, para uma notória legião de fãs.

O palco secundário que, este ano, arranca mais cedo, ouviu temas de Being Dead, Unsafe Space Garden e Cass McCombs. Mais à noite, ouviu-se Don West, Capicua e, em tom de after, Joey Valence & Brae e Basista.

 

Artigo anteriorFestival Dunas De São Jacinto Decorre De 22 A 24 De Agosto
Próximo artigoO Sol Da Caparica 2025 – O Hip Hop Tuga Em Noite De Festival Cheio

Deixe uma Resposta

Por favor digite seu comentário!
Insira o seu nome