Buena Vista Social Club – Una Despedida Caliente Em Oeiras

Reportagem de Elsa Furtado e Tânia Fernandes (Fotos)

A noite prometia, temperatura amena, bilhetes esgotados e um recinto completamente cheio, para receber a despedida de uma das mais conhecidas e emblemáticas orquestras de música do mundo – os cubanos do Buena Vista Social Club e a sua “diva” Omara Portuondo.

Pouco passava das 22h00, quando se começou a ouvir a melodia suave de um piano, música baixinha, suave, intimista, o palco às escuras, e nas zonas laterais, um ecrã de cada lado passava imagens a preto e branco, ou de cor esbatida em que se viam alguns dos fundadores da orquestra, os músicos que por ela passaram e momentos marcantes nas suas vidas. Nomes como os lendários Ibrahim Ferrer e Compay Segundo foram aqui recordados.

Ao segundo tema, também ele instrumental, entram os restantes membros da banda, e com eles o ritmo e a energia cubana: o trombonista Jesus “Aguaje” Ramos, Eliades Ochoa, o trompetista Guajiro Mirabal , Barbarito Torres no alaúde, o maestro Papi Oviedo, o jovem pianista Rolando Luna, o contrabaixista Pedro Pablo e os percussionistas Andres Coayo (congas), Filiberto Sánchez (timbalas) e Alberto ‘La Noche ‘ (bongos), e uma secção de trompete de três homens liderada por Luis Allemany.

Temas como “El Carretero”, “A La Luna Yo Me Voy” “El Carretero”, “De Camino a la Vereda”, El Cuarto de Tula” e “Pueblo Nuevo”, animaram os fãs e o concerto seguiu a bom ritmo.

Uma hora depois do início, eis que ela finalmente entra em palco: “La más bonita, la diva dos Buena Vista Social Club” – Omara Portundo, no fundo, a razão porque tantas pessoas se deslocaram ontem aos Jardins do Marquês de Pombal, em Oeiras.

A rainha da música cubana tem 84 anos, mas um espírito e uma alma jovem, ela canta, dá uns passos de dança e puxa pelo público. “Chan Chan” e “Quizás, Quizás” foram dois dos temas interpretados, pelo meio, a solo e a media luz, Omara interpreta “Veinte Años”, somente acompanhada por piano e trompete. No final da música Omara agradece “Portugal, obrigada, obrigada” – diz em português.

O concerto ganha novo fôlego e novo ritmo, mais animado, mais quente. “Bésame Mucho … como se fuera esta noche la ultima vez …” é um dos clássicos da música cubana que não poderia faltar, desta vez com a participação muito especial de uma jovem local – Ana Moura. A jovem e bela fadista apresentou-se com um longo vestido vermelho, e entre o seu estilo sensual natural e a conhecida voz rouca, cativou imediatamente a audiência, arrancando também ela uma salva de palmas, num dueto belíssimo a duas vozes e duas línguas.

O concerto prosseguiu desta vez já só com os Buena Vista Social Club, para a parte mais ritmada da noite e com temas mais conhecidos, entre Salsas, Merengues e Danzóns.

Para o encore (talvez um dos momentos mais altos da noite), ficaram guardados os temas “Dos Gardenias” e o animado “Candela”, com a presença de Ana Moura, de Omara e com toda a orquestra. No final, dançaram os músicos em palco, dançou o público no relvado e muitos foram os aplausos que se ouviram, naquela que promete ser a última visita dos Buena Vista e Doña Omara a Lisboa.

“Viva Cuba, Viva Portugal” foram as últimas palavras que se ouviram ao maestro, daquele que é considerado um dos melhores cartões de visita de Cuba e da sua Cultura – a mítica Orquestra Buena Vista Social Club, em tempos a banda residente do Tropicana Clube, em Havana.

 

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