Caixa Alfama Com Soberbo Quadro Destas [Duas] Noites Bem Passadas

Reportagem de Madalena Travisco (Texto) e Joice Fernandes (Fotos)

Marina Mota

Não há pincéis que descrevam” mais uma edição do Festival Caixa Alfama. O segundo dia, a 28 de setembro, mostrou que “Alfama não envelhece, e [hoje] parece mais jovem ainda”. Tantos e mais concertos, em 12 palcos, numa edição dedicada a Fernando da Silva Maurício.

No palco principal – o Palco Caixa, no Terminal de Cruzeiros – houve o regresso anunciado de Marina Mota antes da atuação de Ricardo Ribeiro, ambos a revelar os seus lados (e fados) castiços. Com Guilherme Banza, Bernardo Viana e Francisco Gaspar, Marina Mota superou todas as expetativas no regresso aos fados. “Obrigada, boa noite, comecei por vos cantar um tema [Vielas de Alfama] (…) Garanto-vos que tudo farei para que tenham uma noite agradável. Se os meus olhos falassem, vocês veriam as saudades que eu tinha de vocês” (…)” E no final: “Obrigada. Acabamos como começamos a falar de Alfama, já ouviram isto duas vezes, não há uma sem duas, nem duas sem três, assim diz o povo; foi a conta de que Deus fez. Mais uma marchinha de alfama, não é? “

Já Ricardo Ribeiro, que encerrou o Festival, arrancou com “Lírio Roxo” à capela e seguiu acompanhado por José Manuel Neto, Carlos Manuel Proença e Daniel Pinto. A saudação inicial resume tudo: “Boa noite Alfama, boa noite Lisboa. (…). Este ano tenho uma dupla alegria (…) primeiro porque fui convidado (…) mas porque é uma edição dedicada ao meu mestre, o meu padrinho, e isso, é uma coisa que me deixa muito orgulhoso porque é sinal de que não se esquecem dele! (….) Fernando da Silva Maurício. Mais do que ser mauriciano, não é tentar cantar como ele ou tentar seguir o seu estilo ou a sua escola, é mais do que isso, é também trazer um pouco da sua verticalidade e ética (…)”.

O entardecer no palco Ermelinda de Freitas, no rooftop do Terminal de Cruzeiros, foi iluminado pela atuação de Marco Rodrigues num alinhamento dedicado a Carlos do Carmo. Nuno Guerreiro, lá em cima, no Palco Lotaria, no Centro Cultural Dr. Magalhães Lima, homenageou Carlos Paredes e lembrou Sara Tavares “Simples, maravilhosa. Um beijinho, Sara.”

Na abertura, no palco Caixa, houve uma edição especial do “Em Casa d’Amália”, o programa de José Gonzalez, que evoluiu para edições ao vivo, com António Zambujo e Carminho no elenco, acompanhados por André Dias, Flávio Cardoso Jr e Tiago Maia. A dupla desafiou-se com temas na onda dos fados tradicionais, mas também com música brasileira, onde se têm cruzado mais. Fecharam este momento com o “Marcha de Alfama”, e a dita – a Marcha de Alfama – literalmente a marchar e a colorir o recinto.

Alfama não envelhece
E Hoje parece
Mais nova ainda
Iluminou as janelas
Reparem nelas
Como está linda!

Passaram por Alfama 4500 pessoas na primeira noite e 4900 na segunda noite. O Festival do Fado regressa em 2025, nos dias 26 e 27 de setembro.

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