“Nós tivemos uma mini tour muito intensa e esta é uma das canções que eu mais gosto (…)Não há um destino traçado; há uma liberdade de fazer o que tinha de ser” – disse Carminho aquando da 14ª canção do alinhamento da noite de ontem (30 de novembro no Altice Arena): “O que tinha de ser”. E foi cumprindo o destino, com o sotaque português a dar novidade às versões de Tom Jobim, sob a direção musical de Paulinho Jobim, também senhor da viola e do violão.
Já depois da hora marcada, na voz off da atriz brasileira Fernanda Montenegro “Não permita Deus que eu morra/Sem que eu volte para lá (…) dá o mote para as interpretações de “Sabiá”, “O Grande Amor” e “Inútil Paisagem”. Nas primeiras palavras dirigidas à plateia, Carminho diz-se muito honrada por estar a cantar esse Mestre da Bossa Nova com a sua Banda Nova “(…) e por falar de amor, eu queria dedicar este concerto de hoje ao Zé Pedro (aplausos). Tenham uma boa noite. Obrigada”.
O “Vou-te Contar” do “Wave” arranca aplausos que sossegam para escutar “Luíza” acompanhada ao piano por Daniel Jobim. Segue-se “Meditação” e “Falando de amor”.
Não sendo um disco de fado o tema deste concerto, há uma identidade que acompanha Carminho, tal como os olhos castanhos que possui ou o facto de ser uma portuguesa a cantar musica brasileira. Espaço então para o “Ventura” acompanhado por Jaques Morelenbaun no violoncelo, antes de um instrumental pela Banda Nova (com composição de Paulinho Jobim) e “O Meu Amor Marinheiro” – à capella – aplaudido de pé.
Com Daniel Jobim trouxe “ Escrevi Teu Nome no Vento” antes da “Modinha” e “Don’t Ever Go Away”.
Depois de “O Que Tinha de Ser”, a convidada dos concertos em Portugal – Marisa Monte. Foram precisas muitas pessoas para escolher os temas do Carminho Canta Jobim e Marisa Monte fez a ponte geracional e emocional nessa escolha. A iluminar o mundo de Carminho e o palco da Altice Arena dividiram “Estrada do Sol” – tema do disco e ainda “Chuva no Mar” – a primeira canção que as uniu, “Peixinhos” – parceria das duas e “Vilarejo”.
O concerto prossegue com “Retrato a Preto e Branco” com Jaques, “Triste” e “Felicidade” anunciando o final com a menção aos nomes da Banda nova, a saber: No piano, com passarinhos nos dedos, Daniel Jobim; na bateria, o poeta do ritmo, Paulo Braga; no violoncelo, primeiro parceiro desta banda, Jaques Morelenbaun e no violão, viola, produção, arranjos e generosidade, Paulinho Jobim.
No encore, Carminho trouxe o fado especial “Saudades do Brasil em Portugal” e, com Marisa Monte, “Wave” e “Estrada do Sol”.
O próximo e último concerto da digressão Carminho Canta Jobim está marcado para o pavilhão Multiusos de Guimarães, a 2 de dezembro, e os bilhetes estão à venda no local e online.




















