Dream Theater – A Banda Que Lançou 1000 Bandas

Reportagem de Tiago Silva (texto) e António Silva (fotografia)

Dream Theater
Dream Theatre

Se calhar exageramos, mas os Dream Theater sem dúvida influenciaram muito do prog que foi feito depois de terem surgido. Já lá vão 40 anos de carreira, 40 anos de influência no metal e no prog metal, género que ajudaram a criar e são o seu maior estandarte.

Ao longo desta carreira já nos visitaram várias vezes, da última até trouxeram o Devin Townsend na primeira parte. Desta vez foi na MEO Arena, e traziam, de volta à formação, o baterista fundador Mike Portnoy.

Com as suas baterias com 3 bombos, foi alternando consoante as canções o exigiam. Começou na da esquerda dele. Portnoy esteve afastado dos Dream Theatre por mais de 10 anos, período em que foi substituído por Mike Mangini.

Ninguém nega o talento e perícia de Mangini, é um excecional baterista e grande músico, mas a banda com Portnoy tem outro feeling.

Começaram com “Metropolis Pt.1”, do Images and Words, um disco que marcou a década de 90 e que lançou o prog metal. Imagens steampunk apareciam nos 3 ecrãs no palco, o som estava bom, até se ouviu o tapping de John Myung.

A história continuou com a “Scene Tow: Overture 1928” e “Strange Deja Vu”, de outro grande disco Metropolis Pt2, o primeiro com o teclista Jordan Rudess. Já lá vão 25 anos, quase 26.

Labrie apresentou Mike Portnoy e deu-lhe as boas vindas, a casa vinha abaixo com a ovação.

Os Dream Theatre são uma banda muito acarinhada e nota-se.

Em 1994 lançaram outro grande disco, Awake, mais técnico que o Images e foram lá buscar “The mirror”. Jordan Rudess vem para a frente com um teclado fazer solos com o John Petrucci.

O público já estava rendido, mas sabemos que os concertos dos Dream Theater são longos, a jornada estava a começar.

“Panic attack” e “Barstool warrior”, um riff maravilhoso de entrada e todos estávamos curiosos para ver a interpretação de Portnoy nesta música que foi composta com Mangini ainda. Mudou para a bateria da direita, afinada de forma diferente, mas um músico que aprende músicas dos Tool facilmente, também conseguiria dominar esta. Acrescente-se o maior feeling que Portnoy tem e tivemos um grande momento.

Por trás surgiram imagens a ilustrar as músicas e a cada pausa o público expressava a sua aprovação.

“Hollow Years”, com telefones ligados na arena toda, do mal amado Falling into Infinity, antecipou a “Constant Motion”.

O som podia estar melhor, mas a guitarra de John Petrucci foi soando poderosa, um dos guitarristas mais venerados da sua geração, é sempre impressionante ver como estes músicos conseguem aguentar um espetáculo de três horas de forma imaculada. Labrie apresentou Petrucci e tivemos uma mega ovação.

“As I Am” fechou a primeira parte.

Voltaram com a nova “Night Terror” do novo disco Paramsonia, o primeiro com Portnoy desde Black Clouds and Silver Linings de 2009.

A expectativa para este disco é enorme, mas só sai em fevereiro de 2025.

Durante o período em que esteve fora, Portnoy, foi tocando com John Petrucci e Jordan Rudess, o teclista nos Liquid Tension Experiment. Que ainda conta com outro monstro do prog, o baixista Tony Levin dos King Crimson.

Jordan dança com o seu teclado num pedestal rotativo enquanto sola pela “Under a glass moon”.

“This is the Life”, “Vacant”, “Stream of consciousness” e o épico “Octavarium” fecharam a Segunda parte.

Jordan Rudess agora tem um ecrã de led no seu piano rotativo e conseguimos ver as teclas que pressiona. Na parte supersónica do octavarium em que sola com Petrucci foi qualquer coisa de espetacular ver aquelas teclas a piscar.

Para encore voltámos ao Metropolis Pt 2, para “Home” e a sing along com o público “The spirit carries on”.

No final de uma grande noite o seu greatest hit “Pull me under” do Images and Words.

Terminaram três horas depois de começar.

Saímos como sempre com a sensação de ter presenciado algo muito especial, de mestria, feeling, comunhão entre todos pela enorme admiração que se tem por esta banda.

Talvez tenha sido do regresso de Portnoy, mas foi um dos melhores concertos dos Dream Theater.

Que sejam mais 40 anos. Era bom!

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