Emoção E Luz No Concerto De Bon Iver

Imagem retirada das redes sociais. A banda não autorizou a captação de imagens no espetáculo

Chegou, finalmente o dia do concerto anunciado de Bon Iver. O ambiente intimista que tinha faltado na apresentação da banda, durante o NOS Alive, ia ser proporcionado num espetáculo em grande recinto fechado, meses depois. Só que demorou a chegar esse dia…

O grupo liderado por Justin Vernon, lançou em 2019 o álbum i,i. O concerto de apresentação, que acabou por só acontecer agora, trouxe mais do que os novos temas.
Abriu a porta, durante cerca de duas horas, a um universo musical inovador que é composto por canções a transbordar emoções (do seu primeiro disco) mas também eletrónica e loops dos temas mais recentes.

É fácil cair numa espiral de nostalgia e amargura, quando Justin Vernon usa a guitarra acústica e lhes junta falsetes extraordinários. Mas no tema a seguir somos resgatado do poço de emoções por sonoridades dissonantes, acordes distorcidos e uma batida errante. Um equilíbrio natural, conduzido por quem está no palco e que o público aplaude com entusiasmo. Não há excessos e é tudo entregue no ponto.

Há um cantautor a fazer de maestro, mas todos os outros elementos contribuem na construção de temas únicos e pouco óbvios. Há transições surpreendentes, que não sabemos se vão descambar em rock ou num apelo direto ao coração.

A noite começou com “Perth”, uma das antigas, em que o público se começou também a familiarizar com o cenário incrível. Minimalista, mas altamente funcional e adequado ao tipo de concerto. Cada um dos membros da banda, que acompanhou Justin Vernon, incluindo o próprio atuou num espaço próprio. Cada um rodeado por uma estrutura de linhas de luzes. Na passagem para o tema seguinte, “666 ? ” percebemos que o conjunto de 25 painéis espelhados, suspensos no teto, movimenta-se e tem um papel importante neste cenário. Reorientavam luzes, compunham figuras ou formavam simples elementos decorativos. Os painéis retorceram-se ou alinharam-se com as melodias, promovendo um cenário com impacto, especialmente a quem assistia no fundo da sala.

Em “Heavenly Father” Justin Vernon canta sozinho, iluminado por um foco e um com uma cortina de luz à frente. Uma combinação visual que em tudo ajuda a receber as melodias.

Há pouca interação com o público, durante todo o concerto. Um tímido “Hi” com uma mão ligeiramente inclinada cumprimenta-nos antes de “U (Man Like)”. Só mais ao final da noite, depois do “terramoto” emocional que é sempre “Skinny Love” fomos arrasados por uma declaração de amor: “Lisboa é a nossa cidade favorita na Europa”.

Até lá o percurso fez-se com alguns momentos tão diferentes, mas igualmente intensos como “Hey,Ma” ou “iMi”. “Blood Bank” dá espaço ao saxofone e regressa à eletrónica com “33 “GOD””. A “Skinny Love” acrescenta outra dor revestida de beleza que é “Holocene” com a Altice Arena a cobrir-se de pontos de luz.

Para o encore, a banda guardou “Flume”, “The Wolves (Act I and II)” e fechou com “RABi”. “Até à próxima”, despediu-se Justin Vernon numa tentativa de apaziguar o público que aplaudia de forma incansável estas cerca de duas horas de concerto.

Autor:Texto de Tânia Fernandes / Imagem retirada das redes sociais
Artigo anteriorFestival DME Simpósio Cultura E Sustentabilidade 2022 Decorre Este Fim De Semana
Próximo artigoA Popularidades Dos Casinos Em Portugal

Deixe uma Resposta

Por favor digite seu comentário!
Insira o seu nome