Emoções Intensas Com The National E Pulp: Destaques Do Último Dia Do Primavera Sound Porto 2024

Reportagem de Tânia Fernandes (texto) e António Silva (fotografia)

The National
The National

A experiência de assistir a concertos extraordinários, num cenário idílico voltou a ser a realidade no último dia de Primavera Sound Porto 2024. Pulp, conduzidos pelo carismático Jarvis Cocker fizeram-nos recordar os anos de ouro da britpop. The Nacional renovaram os votos de amor eterno com Portugal.

Depois de uma sexta-feira atribulada, o Primavera Sound Porto teve uma nova baixa de última da hora: a cantora e compositora norte-americana Ethel Cain anunciou doença súbita, impedindo-a de subir ao palco da cidade do Porto. Do azar a organização fez oportunidade, ao encaixar o concerto de The Legendary Tigerman, previsto para o dia anterior, para esse período. Uma roadtrip pelo asfalto do rock ‘n’ roll e do blues, com rebeldia e autenticidade.

A chuva voltou a fazer parte do programa no início da tarde, mas não se fez de convidada nos dois grandes concertos da noite.

The National E A Ligação Emocional A Portugal

A relação entre os The National e Portugal tem sido marcada por um conjunto de concertos memoráveis, seja em festivais, ou em nome próprio. No Primavera Sound Porto somam a quinta atuação. Têm uma base de fãs dedicada e uma ligação emocional que cresce a cada visita ao país.

Esta terceira noite de festival, foi mais uma oportunidade de o público viver a intensidade e a emoção das suas atuações ao vivo.

Entraram ao som do tema “Slippery People” dos Talking Heads e arrancaram com “Sea of Love” do álbum Trouble Will Find Me.

As letras introspetivas e a música melancólica dos The National encontram um eco particular entre os portugueses. As letras de Matt Berninger são poéticas e frequentemente exploram temas de amor, perda, ansiedade e desilusão. A sua voz é profunda e as canções são interpretadas de forma excessiva, atitude que comove o público.

Do mais recente álbum First Two Pages of Frankenstein, lançado em 2023, trouxeram apenas “Tropic Morning News” e “Alien“. O alinhamento passou por doses exuberantes de emoção espalhadas em temas como “Fake Empire”, “Bloodbuzz Ohio” e “I Need My Girl”. Matt Berninger contorce-se e vocifera até ficar sem voz e o público acompanha-o em cada sílaba.

Icónicos são sempre os momentos em que entra pela plateia, para cantar junto da multidão e deixa técnicos de som e seguranças com elevado grau de ansiedade.

Para o final ficaram “Light Years”, “Mr. November”, “Terrible Love” e “About Today”. Fica a sensação de que a intensidade e a emoção destes concertos tocam profundamente nos espectadores que assistem.

Pulp, A Reviver A Britpop

Antes, o público dançou e vibrou com a atuação dos Pulp. A banda de rock inglesa é de 1978. Já teve várias formações mas mantém Jarvis Cocker como membro central. E o que vimos esta noite, foi alguém com muita vontade de atuar e de dar uma noite memorável a quem assistia. Missão cumprida!

Começaram com uma boa dose de humor e a proposta foi de voltar a dar vida a músicas que fizeram sucesso lá atrás. Não perderam tempo. “Disco 2000” foi logo o segundo tema que tocaram e deixaram todo o anfiteatro natural do Parque da Cidade a dançar.

O entusiasmo de Jarvis Cocker em comunicar com o público foi incansável, ao ponto do ler frases escritas em português. Procurou dar sempre umas palavras de apresentação sobre cada tema, e a entrega nas atuações foi total.

Em “Something Changed” os Pulp prestaram homenagem a dois Steves, como explicou Jarvis Cocker. Esta é a primeira digressão que fazem sem Steve Mackey, o baixista que faleceu em março de 2023. Pretendiam dedica-lhe esta música, mas entretanto partiu também Steve Albini, músico e membro dos Shellac. “Obrigada a estas pessoas, na verdade é uma música de amor”.

A ironia, temas sobre amor e vida urbana compõe o reportório desta banda que fez questão de não deixar baixar os ânimos, ao agitar o público com temas como “This Is Hardcore”, “Do You Remember the First Time?”, “Babies” e “Sunrise”.

Despediram-se com um dos seus temas de mais sucesso: “Common people”.

Mannequin Pussy E Lisabö  Duas Interpretações Do Punk Rock

Marisa Dabice é a voz de Mannequin Pussy , uma banda de punk rock originária da Filadélfia, Pensilvânia, formada em 2010. Tomaram conta do palco Porto e não passaram despercebidos, com a sua abordagem intensa do punk rock. Combinam elementos de hardcore, pop e noise rock.

Lisabö é uma banda de rock experimental originária de San Sebastián, País Basco. A sua sonoridade é muitas vezes densa e intensa, com uma mistura de distorção e ritmos complexos.

A Poesia Música De Tiago Bettencourt À Chuva

Com um reportório que cobre uma variedade de estilos, desde o pop-rock até baladas mais intimistas, Tiago Bettencourt proporcionando uma experiência diversificada ao público do Primavera Sound Porto, no início deste terceiro dia de festival.

A chuva começou a cair, primeiro tímida, depois, a molhar mesmo e o público manteve-se a cantar e a dançar com a banda. “Partimos a Pedra”, “Se Me Deixasses Ser” e “Morena” foram alguns dos temas que apresentou neste curso alinhamento.

Edição de 2025 Já Tem Datas

O Primavera Sound Porto despediu-se da sua décima primeira edição com a confirmação das datas de 2025: realiza-se de 12 a 14 de junho.

Recorde os dois primeiros dias de festival Primavera Sound Porto 2024:
Segundo Dia do Primavera Sound Porto: Lana Del Rey Encanta, Mas Palco Vodafone Em Suspenso
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