Reportagem de Tânia Fernandes e António Silva
A realidade que nos incomoda e da qual desviamos o olhar atravessa a exposição Este é o Lugar / This Must Be The Place, do fotógrafo sul-africano Pieter Hugo. Para ver, a partir de hoje na Fundação Calouste Gulbenkian.
Centrada em retratos da vida quotidiana na África do Sul, bem como na África subsaariana, Este é o Lugar / This Must Be The Place é a primeira exposição retrospetiva de Pieter Hugo. Encontra dividida por coleções, algumas, bastante inquietantes, pela forma real como são captadas as imagens, outras, pelas características físicas dos retratados. As implicações do mundo moderno na região, o pós-colonialismo em África, as particularidades regionais e a própria vivência do fotógrafo são objeto de trabalho. Na série “Erro Permanente” encontra-se um olhar critico sobre os desperdícios tecnológicos do mundo Ocidental, registado no mercado de Agbogbloshie, nos subúrbios de Acra (Gana), “Nollywood” dá-nos a conhecer a terceira maior indústria de cinema do mundo e “A Hiena e outros Homens” revela-nos o enterteinment local. Mas há realidades que nos custa a fixar o olhar, como as fotografias captadas da morgue de Khayelitsha ou aos vestígios de genocídio no Ruanda.
Este é o Lugar / This Must Be The Place tem curadoria de Wim van Sinderen e pode ser vista na sala de exposições temporárias do edifício sede da Fundação Calouste Gulbenkian, de terça a domingo das 10h00 às 18h00. A entrada custa 2 euros.
