A Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, inaugura no próximo dia 17 de maio a exposição Siza, que vai estar centrada no papel do desenho na obra do arquiteto Álvaro Siza Vieira, com curadoria de Carlos Quintans.
A mostra será a primeira nos últimos 30 anos, em Lisboa, pensada de raiz sobre o arquiteto, e vai ocupar dois espaços expositivos do edifício da Gulbenkian – a Galeria Principal do Edifício Sede e a Sala de Exposições Temporárias do Museu – até ao dia 26 de agosto.
Centrada no traço e no desenho de Álvaro Siza Vieira, a exposição vai cruzar o material de arquivo, depositado pelo próprio arquiteto, no Canadian Centre for Architecture, em Montreal, no Canadá, na Fundação de Serralves e na Biblioteca de Arte da Fundação Calouste Gulbenkian, e ainda apresentadas peças provenientes do centro britânico Drawing Matters e do atelier do próprio arquiteto.
Carlos Quintans, crítico e curador da exposição, refere que a mesma “vai deixar clara a necessidade que Siza tem de passar ao papel aquilo que imagina e que vê” e também o uso do “desenho como forma de pensar”. O ponto de partida é a relação próxima de Siza Vieira com o desenho e projeção das suas obras artísticas.
Na Galeria Principal do Edifício Sede da Gulbenkian estarão presentes objetos simbólicos como cadernos A4, onde o arquiteto foi deixando o seu traço ao longo dos 90 anos de vida, livros, plantas de arquitetura, esboços e esquiços e objetos de mobiliário e design com a sua assinatura. Ainda neste local, serão expostas 900 fotografias de autoria do fotógrafo espanhol Juan Rodriguez dos projetos de Siza Vieira.
O “universo mais pessoal e íntimo” do primeiro arquiteto português galardoado com um Prémio Pritzker, poderá ser visto na Galeria de Exposições Temporárias do Museu Gulbenkian, onde estarão expostos “retratos desenhados de familiares e amigos, apontamentos, vistas das suas viagens, aguarelas, e desenhos que – à falta do seu habitual caderno A4, de uma qualquer toalha de mesa, sacos de avião, programas de exposições ou outra superfície com espaço branco suficiente para ocupar com o seu traço – são registados num maço de tabaco”.
Ainda neste local, estarão presentes obras artísticas de Maria Antónia Siza, mulher do arquiteto, que morreu em 1973, assim como mobiliário, esculturas pessoais e peças de algumas das suas referências das artes plásticas, nomeadamente de artistas como Amadeo de Souza-Cardoso, Picasso e Matisse.
Nesta exposição estão incluídas outras atividades, entre elas, visitas orientadas, oficinas de desenho, uma mesa-redonda com duas sessões, para “Pensar Siza Vieira” e a exibição de três filmes escolhidos pelo próprio artista de produção nacional: O Arquiteto e a Cidade Velha, de Catarina Alves Costa, Vizinhos de Cândida Pinto e A Dama de Chandor, de Catarina Mourão.
O bilhete para a exposição custa 6 euros. A mostra está em exibição entre 17 de maio e 26 de agosto, de quarta a segunda-feira, das 10h00 às 18h00.













