É no Bairro de Santos, em Lisboa, que fica o Convento das Bernardas, rodeado de edifícios seculares e perto da Embaixada de França, este antigo complexo religioso, alberga agora outros moradores e atividades.
Das freiras cistercienses de S. Bernardo a marionetas, os habitantes das Bernardas mudaram muito, e o espaço sofreu várias alterações, especialmente uma das alas do edifício (onde ficava a antiga cozinha das freiras), que alberga atualmente um restaurante, que combina a sofisticação da Cozinha Francesa com alguns pratos da Gastronomia Portuguesa, e quase sempre acompanhada por música ao vivo.
Fado no Convento foi o nome escolhido para este espaço, agora renovado e com novos donos (depois de ter acolhido a Travessa, durante 20 anos), mas que manteve o tão apreciado Chefe Residente João Oliveira, com vários anos de provas dadas nesta casa.
Com uma decoração que concilia o requinte e o charme do século XVII, onde se pode apreciar a beleza das paredes de tijolo antigo e dos tetos abobados, e o chão original, desgastados pelo tempo, mas repletos de memórias, a imponente lareira, (agora apenas decorativa), o mobiliário confortável e requintado, mas de estilo contemporâneo, o espaço tem um ambiente muito intimista, e acolhedor, da autoria da decoradora Juliana Cavalcanti.
Com uma porta independente para a rua e outra para os Claustros do Convento, são duas as entradas possíveis. Quem vem pelo convento, ao entrar, depara-se com um impressionante bar, que domina a sala, e aqui fazem-se uma das grandes estrelas da casa: os Cocktails de autor, com e sem alcool, criados pelo bartender Maurício Leal, como é o caso do original Cilandro Sour.
Seguem-se duas salas ao comprido, num ambiente mais intimista, especialmente à noite, onde a luz é reduzida, e a luz das velas sobressaem, tornando o espaço o ambiente ideal para se ouvir o Fado – que dá nome à casa.
Com espetáculo diários (de terça a domingo), em que os artistas variam, o requintado espaço traz para dentro das paredes do Convento, as melodias que ecoavam pelas ruas e vielas dos velhos e típicos bairros lisboetas de outros tempos, agora com nova roupagem e novos intérpretes, mas sempre com viola e guitarra portuguesa, como mandam os cânones do Fado, como: Ana Paula Martins – fadista e Custódio Castelo ou Rui Tanoeiro – guitarra portuguesa, Luís Carlos e Acácio Barbosa, e Carmo Vieira – fadista com o músico Luís Roquette.
Para a mesa, a oferta não é menos cuidadosa e requintada, com uma carta rica e que tenta conciliar alguns ex-libris da Gastronomia Portuguesa e da Francesa, destacamos as Ostras de Setúbal (com chalota, vinagrete de cidra de maçã vermelha e maçã verde) e as Vieiras Seladas para entrada (com molho de coral e açafrão e limão caviar), seguidas de uma deliciosa e fresca Corvina do Atlântico (acompanhada de um saboroso arroz de tomate assado, salicórnia de Aveiro com molho de espinafres, gengibre e ervas aromáticas) e Camarão do Algarve. Para quem prefere carne, pode escolher entre uma Perna de pato confitado ou um Lombo maturado de origem açoriana.
Para rematar, um muito tradicional Pudim Abade de Priscos, um Creme Brûlée de baunilha, uma Tarte Tatin de maçã verde (com molho de caramelo salgado), ou uma reinventada Mousse de chocolate amargo com laranja, com casca de laranja cristalizada, e texturas de praliné de pinhões.
Para acompanhar a faustosa refeição, pode escolher um vinho nacional ou francês, da carta cuidadosamente elaborada pelo sommelier Luís Amaral.
O preço médio de uma refeição aqui ronda os 50 euros por pessoa.
Um espaço a descobrir, quem sabe depois de uma visita ao Museu da Marioneta.
O restaurante Fado no Convento fica na Travessa do Convento das Bernardas, nº 12, em Lisboa, e funciona aos jantares, de terça-feira a domingo, das 19h00 às 00h00. As atuações de fado de decorrem às 20h30 e 21h30.
