Haken + BTBAM + Cryptodira – Prometem Mais Uma Grande Noite De Prog No Porto E Em Lisboa

Duas das mais reverenciadas bandas saídas do metal progressivo contemporâneo vão passar por Portugal em março de 2023. Já tivemos Leprous, vamos ter Devin Townsend, Plini, Ne Obliviscaris, Imperial Triumphant em Barroselas, Meshuggah no Evil Live e claro, Yes em maio. Parece que Portugal começa a figurar no roteiro do Prog mundial.

O rótulo “metal progressivo” pode significar uma série de coisas diferentes. Para alguns músicos, descreve uma abordagem à composição que se concentra naquilo que pode ser feito com tecnicidade, levando a conceito de canção muito além do que se ouve habitualmente. Solos de guitarra complexos, bateria intrincada e ritmos fora do normal 4 por 4 criam uma sonoridade que é infinitamente emocionante de ouvir e tentar decifrar sem fazer equações matemáticas mas, no seu âmago, o adjetivo “progressivo” deve significar algo que impulsione o género além de clichés, de convenções e dos níveis de composição média.

Os HAKEN e os BETWEEN THE BURIED AND ME são dois dos mais brilhantes exemplos de músicos que, apostados em não se vergarem às regras, têm conseguido fazer progredir largamente a tendência e, no início do próximo ano, vão fazer o gáudio dos fãs ao juntar-se na Island in Limbo Tour. A rota tem paragem assegurada em Lisboa e no Porto, a 12 e 13 de março de 2023, no LAV – Lisboa ao Vivo e no Hard Club, respetivamente. A primeira parte dos espetáculos será assegurada pelos norte-americanos CRYPTODIRA.

Um dos elementos definidores do heavy metal metal é a agressividade, mas sempre houve bandas dispostas a ir para além da força primitiva dos acordes na criação de composições mais inventivas e técnicas. Nesse sentido, os HAKEN são uma banda progressiva moderna de pleno direito.

Criados em 2007, na cidade de Londres, pelo guitarrista e teclista Richard Henshall, o grupo lançou dois álbuns, Visions e Aquarius, no início da década passada. Desde aí, o seu som evoluiu para uma amálgama caleidoscópica que inclui elementos de metal progressivo, jazz, pop, eletrónica e rock, e deu origem a títulos tão aplaudidos como The Mountain, Affinity e Vector. Virus, o mais recente longa-duração do sexteto, foi editado em 2020 e os músicos estão atualmente a trabalhar no seu sucessor.

Os BETWEEN THE BURIED AND ME, banda que já conta com 20 anos de existência e com um currículo invejável que inclui entradas nas tabelas da Billboard, pontuações máximas de jornais de referência como o The Guardian, nomeações para os Grammys e muitos quilómetros de estrada percorridos em nome próprio ou com gente como os Lamb of God ou os Mastodon. Com «Colors II», o seu mais recente longa-duração, Tommy Rodgers e companhia decidiram elevar a fasquia e assinaram uma sequela de «Colors», considerado “um dos 100 melhores álbuns de hard rock e heavy metal do século 21”.

De formação mais recente, os CRYPTODIRA são um quarteto de metal progressivo/experimental oriundo de Long Island, nos Estados Unidos. Com um som em constante mutação e recheado de surpresas, os músicos procuram adicionar sujidade ao som polido que é normalmente associado ao metal de tons mais vanguardistas e, em discos como The Devil’s Despair e The Angel Of History, fundiram de forma muito inteligente a natureza caótica e espástica de pioneiros como os Converge e The Dillinger Escape Plan com uma vertente significativamente melódica.

Autor:Texto de Tiago Silva
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