Já lá vão 3 décadas, mas Ivete Sangalo tem a energia da juventude e o elixir do Carnaval em qualquer parte do mundo e mês do ano. Que o digam os muitos que afluíram ao Parque Municipal de Feiras e Exposições de Lagoa, no Algarve, na noite de 24 de maio, no terceiro dos quatro concertos desta digressão em Portugal.
Ivete prometeu trazer o Carnaval de Salvador aos que nunca estiveram lá e cumpriu. Trouxe um alinhamento cheio de melodias carnavalescas, na expressão cultural que reflete a alegria, a diversidade e a energia do povo baiano – o Axê. A abertura foi marcada pela “Energia de gostosa” – um sucesso do mais recente Carnaval, seguida do “Macetando” e “Cria de Ivete”.
“Boa noite, hoje vocês são todinhos meus”. Por entre temas, desafiou o público a jogar a mão para cima, tirar o pé do chão, salta, salta, respira mas não para de dançar. “Todo o mundo lá no chão, olha o joelho, olha a lombar, e …. Um, dois, três, tiiira o pé do chãaao”.
Recriou o clima de festa e Carnaval com “Tempo de Alegria”, “Abalou” (Abalou, abalou, sacudiu, balançou…”), “Sorte Grande”, mais conhecida como “Poeira”, “Festa” e “Acelera Aê”.
“(…) Eu me prometi hoje fazer o melhor show dessa cidade (Lagoa) para voltar sempre (…)”
O “O Verão Bateu em Minha Porta” – melhor música do Carnaval 2025 – foi ensaiado com a plateia, para a primeira chuva de confettis.
O verão bateu em minha porta (e eu abri)
Senhoras e senhores, joguem a mão pra cima!
(Senhoras e senhores) batam na palma da mão!
(Senhoras e senhores) dê uma rodadinha!
E vamos pro meio da rua
Vai de abrir rodas pelo recinto e de explicar a ancestralidade do Axê. “Tum tum tum Tugurungudum” foi o primeiro duma mescla musical que incluiu “Alô Paixão”, “Me Abraça”, “Beleza Rara”, “De Ladinho”, “Batucada”, “Faraó” e “Deixa Merecer”.
Duas baladas antecederam “Eva”, um clássico do Axé: “Eva, me leva…” e umas palavras sentidas e amigas dirigidas aos muitos brasileiros presentes:
“(…) sigam esse propósito. Não existem chegadas vitoriosas sem custo (…). Eu estou aqui para abraçar cada um de vocês. Que vocês todos se sintam abraçados.”
Os êxitos seguintes incluíram braços no ar, corpos aos saltos com “Dançando”, “A Galera”, “O Céu da Boca” (chupa toda), “Flores”, “Arerê”. “O Verão Bateu em Minha Porta” bisou com uma adaptação no final:
“Senhoras e senhores, muito obrigada. Nossa Senhora de Fátima vos abençoe também. Tchau, queridinhos. Muito obrigada”.
No encore, a sossegar o público “marafado” que gritava: “Ivete, cadê você? Eu vim aqui só pra te ver”, Ivete regressou ao palco com “Quando a Chuva Passar”, “Completo” e “Na Base do Beijo”. “Toda a vez que vocês estiverem tristinhas, tristinhos, lembrem de mim. Os meus dias são sempre maravilhosos! Obrigada por me fazerem cantora de vocês“.
Impossível não sair sorrindo de um concerto como este. E com dor nas pernas também. Ivete tem uma energia contagiante e uma empatia enooooorme.
Os concertos em solo português encerram hoje à noite, na MEO Arena, em Lisboa.



















