Jacob Collier voltou este sábado a Lisboa, para apresentar ao vivo o quarto volume do seu manifesto artístico Djesse. Foi uma noite intensa, em que este jovem génio musical foi aclamado e teve oportunidade de demonstrar, em palco, o modo como explora a música, de forma verdadeiramente criativa.
O palco era composto por uma estrutura dinâmica e versátil que permitiu a Collier interagir com diferentes instrumentos e recursos visuais. Umas árvores ao fundo e outros elementos davam a sensação de que a natureza se estava a apoderar dos inúmeros instrumentos musicais expostos. Trepadeiras envolviam os suportes dos microfones e dos sintetizadores brotavam plantas.
No centro, encontrava-se uma configuração multifuncional onde Jacob Collier passava de teclas para guitarras, da bateria para sintetizadores, demonstrando o seu talento multifacetado e a sua capacidade para tocar múltiplos instrumentos em tempo real. O espaço em palco foi aproveitado ao máximo para criar uma experiência imersiva e cheia de movimento. Até onde é que ele consegue chegar com a sua música? A todos os que estavam na sala, garantidamente e que entraram nesta viagem musicalmente alucinante.
Abriu o concerto, este sábado, numa Sala Tejo a ferver de emoção. Tanto estava a correr pelo palco, aos saltos com a sua guitarra elétrica como se sentava a tocar piano. A luz led com as suas iniciais, ao fundo, criaram o enquadramento perfeito a quem assistiu e compôs a sua silhueta característica, de cabelo espetado. Ao longo de toda a noite a sua linguagem corporal foi o reflexo de um enorme entusiasmo.
Depois de um arranque enérgico, acalmou a multidão com “Little Blue”, primeiro sozinho em guitarra acústica. Depois, às suas harmonias juntou-se outra voz feminina, que ajudou a transmitir a ternura implícita nesta canção. O refrão final foi cantado em dupla e depois com o público, num momento que uniu toda a plateia.
Do mais recente trabalho tocou ainda “Cinnamon (Crush)”, uma fusão de R&B, soul e pop, marcada por harmonias vocais intrincadas, uma das assinaturas de Collier
A coleção musical de Collier foi sendo recebida com entusiasmo, abordando alguns dos seus conhecidos momentos de colaboração, mas também de experimentalismo.
Voltou ao volume anterior de Djesse com “Time Alone With You” e depois, sob um único holofote fez uma versão acústica, a solo, de “The Sun Is In Your Eyes”.
A noite continuou com outras boas surpresas. O prodígio musical exibiu a sua genialidade, apenas com a voz e a guitarra, na sua versão de “Bridge Over Troubled Water”, de Simon & Garfunkel, onde usou o seu harmonizador vocal para fazer o teclado soar como se os acordes fossem um coro.
“In Too Deep” deu vida à bola de espelhos suspensa por cima do palco, distribuindo luzes por toda a sala. Em “Mi Corazon”, Collier mostrou seu talento multi-instrumental enquanto tocava uma segunda bateria em dueto com seu baterista.
A cada novo tema tocado sucederam-se ovações contínuas. A determinado momento, o músico trouxe à conversa o paralelismo entre a música e a vida. Em comum? A capacidade de ouvir. A seguinte, “Nover Gonna Be Alone”, pediu ao público para cantar com ele.
O concerto de Jacob Collier em Lisboa, este sábado, foi uma demonstração de virtuosismo e criatividade que deixou o público rendido ao talento único do músico.
No final, entre aplausos e aclamações, ficou claro que Jacob Collier reafirmou a sua posição como uma das vozes mais inovadoras e inspiradoras do cenário musical atual.


















