Inspirados pelos 50 anos do 25 de Abril, os Mão Morta levaram ao palco da Casa da Música, no Porto, o espetáculo Viva la Muerte!, um contributo artístico para a defesa da democracia. A banda bracarense, que celebrou quatro décadas de carreira, revisitou o espírito da resistência através de um repertório criado de raiz, onde se encontram ecos das vozes que marcaram a música de intervenção em Portugal.
José Mário Branco, Adriano Correia de Oliveira, Zeca Afonso e Ary dos Santos são algumas das referências incontornáveis que os Mão Morta assimilam neste projeto. O seu rock cru e experimentalista serve de veículo para a reinterpretação da força e da urgência desses autores revolucionários, que viveram sob o regime fascista e fizeram da música uma arma contra a repressão.
Num tempo em que os conceitos são frequentemente distorcidos e manipulados, confundindo-se com os seus opostos, a banda sente como um dever criativo denunciar esta realidade. Viva la Muerte! é, assim, uma afirmação política e artística que convida à reflexão sobre a liberdade e os desafios que a democracia continua a enfrentar.
Num concerto com casa cheia ouviram-se temas como: “Deus Pátria Autoridade”, “Corre Corre Corre”, “É Proibido”, “Ressentidos e Ressabiados”, “A Liberdade”, “Pensamento Único”, “Líder Povo Nação”, “Ratoeira Bélica”, e “Viva La Muerte”.
O concerto na Casa da Música foi experiência intensa e provocadora, fiel à identidade dos Mão Morta. Uma oportunidade para revisitar a memória da luta pela liberdade através da energia singular do grupo liderado por Adolfo Luxúria Canibal.




















