Marés Vivas – Dia 2: Las Estrellas Brillan Más En Madalena

Reportagem de Rosa Margarida e Paulo Soares (Fotos)

“Así es!”. O recinto do MEO Marés Vivas, completamente esgotado, recebeu ontem o cantor e compositor colombiano Maluma. Mas a fiesta começou muito antes e, mal abriram as portas, o antigo campismo da Madalena começou a encher-se de cor e alegria.

A entrada antecipada não se motiva apenas pelo melhor lugar na frente do palco. Os festivaleiros querem passar pelo makeover, cuidar dos cabelos, dar uma cor à pele, enfeitar o rosto com purpurinas e brilhantes, enfim, entrar no espírito. E depois, há os stands e barraquinhas de brindes, com selfies, quizz e desafios, em troca de lembranças do Marés.

Maluma

Mas o calor fez-se, verdadeiramente, sentir quando o fenómeno comlobiano Maluma subiu ao Palco Principal, por volta das 23h30. Antes do espetáculo, os ecrãs gigantes exibem um teaser sobre o cantor (como se necessário fosse): os festivaleiros já o sabem de cor.

Depois de ter esgotado o Altice, Maluma apresenta-se no norte – pela primeira vez, e recebe a multidão ao som de “Hawái”, do álbum Papi Juancho, de 2020.

As coreografias sincronizadas das bailarinas que o acompanham, os fumos e cenários, a somar ao requebrar de Maluma, levam o público à loucura, com corpos irrequietos e letras que sabem de cor.

No alinhamento, o cantor vai com tudo, com os temas de maior sucesso dos seus álbuns Papi Juancho11:11 (2019) e  F.A.M.E. (2018), com “Madrid”, “Corazón” e “11PM”.

O cantor mantém o público entre a histeria e comoção, com uma interação divertida, leve e provocante, com foco nas «meninas solteiras», que «não devem sofrer por amor» até à questão que se impõe: «Les gusta el Reggaeton?». Ainda arrisca umas palavras em português «eu não falo muito. Quero aprender um pouquinho. Muito obrigado».

Pouco era o tempo para descanso ou para repor energias, numa sucessão de temas que não dão tréguas e cujo ponto alto foi para “Felices los 4”, Maluma sabe como levar a multidão ao rubro. Em “Chantaje”, tema que o cantor partilha com Shakira, Maluma fez dueto com uma das suas cantora do coro e a festa continuou ao som de temas como

“Borró Cassette”,“Sobrio”, “Vente pa’ ca” e “Cuatro babys”, com o final que voltou ao princípio com o tema “Hawái”. Mas o grand finale estava reservado às despedidas do cantor junto das suas fãs, com um soutien a voar na sua direção, que Maluma não se coibiu de colocar ao pescoço.

Dino d’Santiago

Do Reggaeton à mistura de estilos musicais de Dino d’Santiago, numa fusão de Hip-Hop, Rap, R&B e Soul, Batuku, Funaná…o cantor da Quarteira, numa simplicidade gritante (mais ainda se comparados com o concerto posterior), é um artista completo, com uma energia contagiante, uma presença em palco ímpar e uma exímia interação com o público. Dino é tão artista, que faltam os adjetivos para defini-lo e merece (trabalha por merecer) todo o carinho do público.

O espetáculo começa com Dino, no centro do palco, a interpretar “Voei de Mim”, do seu último álbum, Badiu (2021). No fim do tema, as primeiras palavras para o público do Marés «Muito boa noite a todos, Vila Nova de Gaia foi, durante 11 anos, a minha casa», numa partilha que haveria de repetir-se ao longo do concerto, com o cantor a apelar à «boa energia da família» e a «ser personagem principal ou diretor da nossa história. Apenas ser».

Dino segue com os temas “Nôs Funana”, do álbum  Mundu Nôbu, de 2018, e volta aos temas de Badiu, como “La Fora” ou “Esquinas”, com ritmo e energia contagiantes. A primeira grande ovação estava reservada para um dos seus singles de maior sucesso “Nova Lisboa”, com o público a entoar:

Qualé ideia?
Qualé ideia?
Mas qualé ideia?
Qualé ideia?

O espetáculo seguiu, ao som de músicas como “Brava”, “Fogo”, “Maio”, “Lokura” ou “Tudo Certo” e outro ponto alto, para o tema “Como Seria”, em que o  cantor aproveita para agradecer a Rita Pereira, na primeira fila, pela sua partilha nas redes sociais, que ajudou a divulgar o tema. Mas, permito-me dizer, o sucesso estava escrito (e era devido) em cada letra e composição do Dino. A fechar, o cantor despede-se do público, com a música “Kriolu” com um «obrigadão por tudo, tudo, tudo e que seja um até já!». Que seja mesmo, porque os espetáculos do Dino d’Santiago “enaltecem o melhor de nós!”.

Bárbara Tinoco

Longe vão as atuações tímidas de Bárbara Tinoco. A cantora e compositora nasceu para o palco e sabe bem como conquistar o público. Os seus temas, que os festivaleiros sabem de cor, vão sendo desfiados, à medida que a jovem cantora mantém um diálogo interessante com a «maltinha» , repleto de mensagens positivas. No alinhamento, “Letras”, “Chama apagada” e “A Fugir de Si”, com Bárbara a comentar «Já me tinham dito que o melhor público é do Porto», dão lugar a “Sei Lá” e “Advogado”. 

A cantora vagueia pelo palco de skate, ao som de “Gisela” e segue para “Cidade”, mas o grande momento estava reservado para o final, como o tema “Antes d’ela dizer que sim”, que a popularizou no programa de talentos “The Voice”.

Rita Rocha

Impõe-se uma palavra, para esta jovem de 16 anos, que assumiu o palco Meo com profissionalismo e “veia de artista”. Rita estava assoberbada pelo momento e confessou «não sei bem o que estou a fazer». Permito-me discordar, a Rita sabe o que faz e fá-lo bem. O concerto começou com a cantora a tocar harpa, instrumento com o qual se tornou conhecida no programa de TV The Voice Kids. Foi, na segunda música, auxiliada pela presença da Bárbara Tinoco, com ambas a interpretar a “miúda do 319”. 

A Rita emocionou-se e emocionou o público. A felicidade, estampada no rosto, foi a felicidade dos festivaleiros, de quem se despediu ao som do seu single “Mais ou Menos Isto”.

A tarde do Meo Marés Vivas começou com as atuações de Fer Lemos, jovem portuense, vencedor do MEO The Search, no palco principal, e Rita Laranjeira, no Bloco Moche.

Nota ainda para as atuações de Vitão e Smash by Tentugal, no Bloco Moche, depois do espetáculo de Maluma e as presenças de Adriano Moura, Victor Sarro, JP Ramos e Laura no Palco RTP Comédia.

Uma palavra para a Orquestra Bamba Social – Roda de Samba que traz o melhor do Brasil ao recinto do Meo, com atuações às 19h30 e à 1h00.

O MEO Marés Vivas continua hoje, com Anitta, Jessie J, Diogo Piçarra e Maro no palco principal do Festival, com uma lotação esgotada. Não há dúvidas: “Las estrellas brillan más en Madalena”.

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