Reportagem de Paulo Sopa (texto e fotos)
Não podia ter tido melhor início a XVII edição do Festival de Jazz de Loulé, um início 100% português com Maria João e a Orquestra de Jazz de Matosinhos a “relembrarem” o álbum Amoras e Framboesas.
O evento, também integrado no programa Allgarve, retornou este ano aquele que é um espaço privilegiado para estes concertos: a cerca do convento do Espírito Santo, no centro histórico de Loulé.
A noite começou com um tema instrumental da OJM, uma das mais conceituadas orquestras de jazz do País, também reconhecida no estrangeiro. A OJM, que mistura juventude e experiência entre os seus elementos, apresentou-se como de costume, descontraída, segura, expressiva e atenta ao seu maestro Pedro Guedes.
Entrou depois em palco Maria João, que dispensa qualquer apresentação. Maria João dá sentido a frases como “cantar com o corpo todo”, “respirar música” ou “animal de palco” e tem mostrado ao longo de toda a sua carreira uma capacidade vocal inigualável. Ontem fê-lo mais uma vez: tão depressa é capaz de mostrar ternura na voz como violência extrema; tão depressa “abraça” o público como o “empurra”.
Mas sempre com sentido, sempre oferecendo a sua alma ao tema que está a interpretar e dando espaço a quem a acompanha. Já assim era nos saudosos tempos de parceria com Mário Laginha – curiosamente, o Diretor Artístico desta edição do Festival de Jazz de Loulé – como foi também com a OJM.
Uma nota final para o discreto mas essencial trabalho do piano e direção artística do maestro Carlos Azevedo, que já em 1997 pudemos ouvir aqui em Loulé.




















