O cartaz do segundo dia do North Music Festival, do dia 27 de maio, convidava à dança coreografada, ao coro de músicas que o público sabe de cor, à alegria contagiante dos artistas em palco e a celebrações únicas, como o aniversário da cantora cabeça de cartaz, Ivete Sangalo.
Se este foi o convite, a resposta dos festivaleiros excedeu qualquer expectativa, entre as botas e os chapéus de cowboy, um regresso às raízes, com origens ciganas, sertanejas, boiadeiras e baianas, numa eclética mistura que uniu dois continentes.
Às 19h00 em ponto subia ao palco do festival, Nininho Vaz Maia, para apresentar o seu primeiro álbum, lançado em 2021, Raízes, cujos temas somam milhões de visualizações no YouTube. O cantor, que cruza o pop, a tradição cigana e o flamenco, sabe como arrebatar o seu público, que canta as letras das suas músicas de fio a pavio, e fez questão de marcar presença na primeira fila.
Numa altura em que o recinto do North Music Festival começava a tornar-se pequeno para tanta gente, foi Ana Castela a fazer as honras da casa e subir ao palco, com os seus ritmos brasileiros contagiantes e as suas danças ritmadas e compassadas. O tema de estreia, “Boiadeira”, valeu-lhe o nome pelo qual é também hoje conhecida. Depois do sucesso nas plataformas digitais, em 2021, temas como “Pipoco”, “Roça em Mim” e “Vaqueiro Apaixonado” foram sendo entoados por festivaleiras vestidos a rigor, onde não faltavam as botas texanas, os calções jeans e o chapéu de vaqueiro.
Antes do “furacão da Bahia”, a tempestade, literalmente, abateu-se sobre o Porto. Foi sob uma imensa chuva, que Gustavo Mioto, subiu ao palco, para apresentar “Conexão”, a sua primeira tour internacional. O cantor brasileiro soma mais de dez anos de carreira e o tema “Eu Gosto Assim” valeu-lhe o Single de Platina em Portugal, distinção entregue ao cantor sertanejo, há dias. A chuva não desmobilizou os fãs de Gustavo Mioto, que não arredaram pé dos seus lugares.
Interessante notar como coreografias e efeitos cénicos de Ana Castela e Gustavo Mioto se confundem em palco, onde não falta o casaco de ganga, cada um com seu nome nas costas e duas metades das bandeiras brasileiras e portuguesas, unidas numa só, num dos braços.
Como sempre – ou quase sempre – o melhor estava reservado para o fim. Os fãs impacientes oscilavam entre a música de parabéns, os gritos com o seu nome e a impaciência. Já a chuva, num presságio da música de Ivete Sangalo, “Quando a Chuva Passar”, não era mais do que alguns pingos ocasionais:
Quando a chuva passar
Quando o tempo abrir
Abra a janela e veja
Eu sou o sol
Eu sou céu e mar
Eu sou céu e fim
E o meu amor é imensidão
Duas horas de pura magia. Ivete Sangalo é de uma energia e alegria contagiantes. Entre os sucessos da Banda Eva e os seus êxitos a solo, a cantora da Bahia arrebatou os festivaleiros do North Festival, do primeiro ao último segundo.
Mantendo sempre um caloroso diálogo com os seus fãs, o rol de temas foi-se desfiando, “Cria da Ivete”, “Tempo de Alegria” e “Abalou”, no alinhamento inicial, com a passagem da filha da cantora, Marina, pelo palco.
“Beleza Rara”, “Manda Ver”, “Se Eu Não Te Amasse Tanto Assim” e “Quando a Chuva Passar” foram alguns dos temas interpretados por Ivete Sangalo, ainda em modo de celebração. A cantora subiu ao palco, a minutos de terminar o seu dia de aniversário (27 de maio de 1972).
O recinto do festival manteve-se preenchido e o público rendido à energia de Ivete Sangalo, que se despediu, depois de duas horas de espetáculo, ao som de “Arerê”.
O último dia do North Music Festival promete com Tiago Nacarato, Black Mamba, Pedro Abrunhosa e a fechar esta edição 2023, Robbie Williams, que vimos recentemente em Lisboa.
Let’s cross our fingers and pray for the rain to go away!.
Bom Festival!
Recorde a primeira noite de North Music Festival 2023: North Music Festival Inaugura Festivais de Verão
