Dua Lipa conquistou o público português no NOS Alive, no dia 12 de julho, marcando o seu regresso ao festival após a sua estreia em 2022. A cantora anglo-albanesa, já com estatuto de megaestrela, proporcionou um espetáculo memorável no Palco NOS, provando mais uma vez por que é uma das maiores artistas pop da atualidade.
Vestida de branco e acompanhada por uma banda completa e vários bailarinos, Dua Lipa deu início ao concerto com “Training Season”, do seu mais recente álbum Radical Optimism, lançado já este ano. A energia foi contagiante desde o início. Dua Lipa tinha fãs na frontline desde a abertura de portas. A artista apresentou um repertório repleto de grandes êxitos, logo ao segundo tema com “One Kiss” (que assina com Calvin Harris e que foi um dos maiores êxitos de 2018), e depois “Break My Heart”, “Levitating” e “These Walls”.
Dua Lipa interagiu constantemente com o público. Em português, agradeceu a presença de todos e disse estar muito feliz por estar de volta a Portugal.
A diva da pop é cantora, compositora e modelo britânica de ascendência albanesa. A sua carreira musical começou em 2015, quando assinou um contrato com a Warner Bros. Records. No entanto, antes disso, Dua Lipa já chamava a atenção com covers que publicava no YouTube. O seu primeiro single, “New Love”, foi lançado em agosto de 2015, seguido de “Be the One”, que se tornou um sucesso em vários países europeus e que também se ouviu, esta noite, no Passeio Marítimo de Algés.
Com o ritmo sempre em crescendo, Dua Lipa transformou o recinto do NOS Alive numa gigante discoteca com “Hallucinate”, “New Rules”, “Electricity” e “Cold Heart”. “Happy for You”, do seu mais recente álbum foi o momento para acalmar e recuperar energia. Que a artista voltou a trazer para o palco, em dose reforçada para o encore com “Physical”, “Don’t Start Now” e “Houdini”.
Dua Lipa sabe criar um espetáculo que agrada a todos e não deixou ninguém de fora nesta sua dança pop.
Michael Kiwanuka
Neste segundo dia de NOS Alive, o palco Heineken foi, mais uma vez, uma boa opção para quem procura propostas menos óbvias. No entanto a grande afluência deixou muitos a assistir aos concertos fora da tenda, pelos ecrãs.
Michael Kiwanuka, o cantor e compositor britânico de origem ugandesa, fui um dos artistas que estendeu o seu talento pela noite. De guitarra ou mesmo ao piano, o artista presta homenagem às tradições da música soul, mas imprime-lhe uma sensibilidade contemporânea.
Já o vimos em festivais, a solo e continuamos a admirar a sua voz carregada de autenticidade e emoção. Uma capacidade excecional para criar arte que ressoa profundamente com o público. Destacamos os momentos em que interpretou “Home Again”, “Cold Little Heart” e “Love & Hate”, estes dois últimos a encerrar a sua atuação.
Arlo Parks
Antes da atuação de Dua Lipa, Arlo Parks subiu ao palco, a substituir Tyla. Com a sua pop influenciada pelo jazz, a cantora britânica emocionou o público com as suas canções melancólicas.
Arlo Parks é influenciada por uma diversidade de artistas e géneros, desde a poesia de Allen Ginsberg até músicos como Sufjan Stevens, Erykah Badu e Radiohead. O seu estilo combina indie pop, soul, R&B e spoken word, criando uma sonoridade única. “Eugene”, “Caroline” e “Too good” foram alguns dos temas que apreciámos esta noite.
Aurora
Possivelmente o concerto mais falado da noite foi o de Aurora, pela surpresa e impacto que gerou.
Aurora Aksnes, conhecida artisticamente como Aurora, é uma cantora, compositora e produtora norueguesa. Aos 28 anos já conquista o mundo com a sua música etérea e lírica poética. Em palco, é nítido o desdobramento em duas personagens: a artista, verdadeiro um animal selvagem a cantar, a explodir emoções numa voz de grande alcance. E a pessoa, figura infantil, quase angelical, de presença tímida e voz sussurrada, que se revela nas pausas em que interrompe a musica e se dirige ao público. Não tivéssemos de olhos postos no palco e duvidaríamos se não seria uma montagem. Mas esta transformação em palco é real e todos puderam comprová-lo.
O estilo de Aurora é frequentemente descrito como uma mistura de pop eletrónico, folk e música ambiente. Identificamos ali um pouco de Enya, mas também de Björk, num resultado único que é a própria Aurora.
Aurora é conhecida pela profunda ligação com a natureza, características que se refletem na sua música e postura. Atuou descalça, com um vestido drapeado, assimétrico, a salientar a fluidez dos seus movimentos.
Além da sua carreira musical, Aurora é uma defensora apaixonada de várias causas humanitárias e ambientais. E também aqui, no NOS Alive, agitou as suas bandeiras. Não faltaram, neste alinhamento, algumas das suas canções mais populares, como “Runaway”, “Into the Unknown” e “Cure for me”. Fechou com “Giving Into The Love”.
Aurora deixou um grande presente ao público português: o anúncio de um concerto em nome próprio no próximo ano.
Jura
Jura representa uma nova geração de artistas portugueses que conseguem honrar as suas raízes enquanto exploram novas sonoridades. Atuou esta sexta-feira no palco Clubbin, onde mostrou o seu talento e a sua visão artística diferenciada.
Ashnikko
Um olhar de surpresa, mais na linha do incrédulo, era a reação mais comum de quem assistia ao concerto de Ashnikko, ao final da tarde. Com uma linha de expressão artística muito peculiar, Ashnikko desafia as normas convencionais e assume uma atitude provocadora.
Entre o rap e o pop, a artista reflete influências que incluem artistas como M.I.A., Nicki Minaj ou Grimes. As suas coreografias, em conjunto com as bailarinas salientam a autonomia feminina, a sexualidade e a rejeição das normas patriarcais.
Com um look inspirado no cosplay e na anime, Ashnikko tem uma identidade arrojada e irreverente.
Pouco conhecida entre o público, procurou chamar a atenção, logo no início do concerto, ao interpretar “Stupid”, uma colaboração com o rapper Yung Baby Tate, que se tornou viral no TikTok. A audácia musical estendeu-se a temas como “Slumber Party “ e “Daisy”.
Nathaniel Ratcliff & The Night Sweats
O country rock de Nathaniel Rateliff & The Night Sweats foi outro grande sucesso do dia, no palco Heineken. A banda americana entrou cheia de energia, que manteve ao longo da sua atuação.
Liderada pelo vocalista e compositor Nathaniel Rateliff, a banda formou-se em 2013 em Denver, Colorado, e destaca-se pela grande dinâmica na atuação. Soul, rock, folk e blues criaram um ambiente cheio de energia neste arranque de NOS Alive.
T-Rex
T-Rex, cujo nome verdadeiro é Daniel dos Santos Fernandes, é um dos atirstas mais promissores da nova geração de rappers portugueses. Nascido e criado em Odivelas, nos subúrbios de Lisboa, T-Rex tem vindo a conquistar um lugar de destaque no panorama musical nacional. Abriu o palco NOS esta sexta-feira.
Influenciado por artistas internacionais como J. Cole, Kendrick Lamar e Tupac Shakur, T-Rex combina narrativas pessoais com críticas sociais, refletindo as suas experiências de vida e a realidade das periferias. As suas canções são verdadeiros hinos para as novas gerações.
“Tá Tudo Bem”, “Tempo”, “Nolmal” e “Anti Antes” foram alguns dos temas que trouxe a este alinhamento. Despediu-se com “Tinoni”.
O sábado foi o primeiro dia de festival a esgotar, dias após o anúncio da primeira confirmação: Pearl Jam.
Seguem os horários deste dia 13 de Julho de 2024 no NOS Alive:
Palco NOS: 18h30 Blasted Mechanism; 19h50 The Breeders; 21h20 Sum 41; 23h10 Pearl Jam
Palco Heineken: 17h00 Objeto Quase; 17h50 King John; 19h05 Black Honey; 20h35 Alec Benjamin; 22h00 Khruangbin; 01h10 The Cat Empire; 02h40 Stckman
WTF Clubbing: 17h00 Ella Knight; 18h10 Words Of Intent; 19h20 Matisa; 20h35 Alan Dixon; 21h50 Shouse; 01h10 Vitalic; 02h45 Emerald
Coreto: 17h30 Catarina Branco; 18h40 Capital da Bulgária; 20h05 Marquise; 21h35 Isa Leen; 23h10 Groove Armanda
Fado Café: 17h15 Nani Medeiros; 18h35 Nani Medeiros; 20h05 Miguel Moura; 21h30 Miguel Moura; 00h00 O Samba É 1 Só
Palco Comédia: 18h30 Tiago Pereira; 18h50 Joana Miranda; 19h10 Joana Gama; 19h30 Duarte Pita Negrão; 19h50 Almanaque Sincero; 20h50 Manuel João Vieira; 22h30 Fernando Rocha
Pórtico: 15h00/ 16h15 Nassurra; 17h30/18h45 XPTO; 20h00 Bunny O’Williams
Recorde a primeira noite de NOS Alive 2024
NOS Alive: Um Primeiro Dia de Grandes Êxitos com Arcade Fire, Smashing Pumpkins e Benjamin Clementine




















