Reportagem de Tânia Fernandes e António Silva ( fotos)
O Pelicano, de August Strindberg, regressa ao Teatro Municipal Joaquim Benite, em Almada, entre 20 de fevereiro e 8 de março. A peça, com encenação de Rogério de Carvalho, estreou em 2013 no Festival de Almada e esteve em cena durante o outono desse mesmo ano.
O texto que alguns críticos de teatro definem como “a peça maldita” de Strindberg, marcou também o regresso do encenador Rogério de Carvalho à Companhia de Teatro de Almada, 27 anos depois de ter dirigido “A menina Júlia”, também do dramaturgo sueco, considerado, na história da literatura, um dos fundadores do teatro moderno.
O Pelicano faz parte do conjunto de peças de câmara com as quais o Strindberg inaugurou o Teatro Íntimo, em Estocolmo, no início do século XX. No seu entender, estes textos deveriam partir “de um tema modesto, mas explorado até ao limite, poucas personagens, grandes perspetivas, uma imaginação livre, mas fundada na observação, na experiência, no estudo consciencioso”. No caso de O Pelicano, o que está em causa é tudo aquilo que se agita numa família quando morre o pai. É neste momento de luto que as relações entre uma mãe egoísta e os seus filhos se tornam insustentáveis. A cada troca de palavras começa a transbordar a verdade que até então tinha estado contida. E tudo aquilo que emerge do passado vem lançar uma sombra terrível sobre o presente.
August Strindberg foi um importante dramaturgo e romancista. A sua modernidade advém da forma como, em muitas peças, combinou o Naturalismo e a Psicologia, dando origem a textos inovadores no contexto europeu e que hoje são considerados precursores de correntes como o Expressionismo e o Surrealismo. Entre as suas obras mais importantes destacam-se O pai (1887), A menina Júlia (1888), Credores (1888) e A sonata dos espectros (1907).
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O Pelicano conta com a interpretação de Teresa Gafeira, Maria Frade, Adriano Carvalho, Joana Francampos e Pedro Walter e pode ser vista na Sala Principal do Teatro Municipal Joaquim Benite, em Almada, até ao próximo dia 8 de março. Sessões de quarta-feira a sábado às 21h30 e aos domingos às 16h00. Os bilhetes custam entre 6 e 13 euros e encontram-se à venda na bilheteira. A sessão de dia 21 de fevereiro é antecedida de uma conversa com o público, marcada para as 18h00, que contará com a presença de Gastão Cruz, Gonçalo Vilas-Boas e José Manuel Castanheira. Este momento terá lugar no Foyer no Teatro e a entrada é livre.












