“A casa que os Maias vieram habitar em Lisboa, no Outono de 1975…” – são estas as palavras que iniciam o romance Os Maias de Eça de Queirós e também a mais recente adaptação cinematográfica da obra, realizada por João Botelho.
Estamos em Lisboa, no final do século XIX, quando um jovem diplomado em medicina, Carlos da Maia, se instala no palacete da família, o Ramalhete, para iniciar uma ambicionada carreira. Rodeado de amigos como jovens aristocratas ociosos, políticos imbecis ou novos-ricos provincianos, Carlos da Maia não só não consegue atingir os seus objetivos profissionais, como também se envolve numa intensa e proibida história de amor que o levará ao desespero e à solidão.
O filme, dirigido por João Botelho, segue de perto a intriga do romance queirosiano, recuperando diálogos e descrições do mestre do Realismo literário. É dada especial importância ao encontro amoroso entre Carlos e Maria Eduarda, não deixando de estar presentes, no filme, um conjunto de personagens que povoam o universo do romance – João da Ega, conde de Gouvarinho, Tomás de Alencar, Dâmaso Salcede – e que tão bem caracterizam o Portugal de oitocentos e … o atual.
Filmado inteiramente em espaços interiores, são de destacar os cenários exteriores, desenhados por João Queiroz, representando conhecidos espaços da Baixa lisboeta percorridos pelas personagens. Tendo como protagonistas os atores Graciano Dias e Maria Flor, o olhar cinematográfico de João Botelho prova-nos, uma vez mais, a extraordinária atualidade do romance de Eça de Queirós.
Os Maias é uma produção da Ar de Filmes, e tem estreia marcada para 11 de setembro.
Por Susana Gonçalves













