O Cirque du Soleil está de regresso a Lisboa com uma produção que já passou por Lisboa em 2019. OVO mergulha os espectadores num mundo especialmente colorido, onde os insetos são os protagonistas de uma história repleta de acrobacias extraordinárias.
A Magia da Natureza
OVO transporta o público para um ecossistema vibrante, habitado por um conjunto de insetos, cada um com suas características únicas e habilidades extraordinárias. A cenografia e os figurinos recriam este universo microscópico e dá-lhe uma forma grandiosa. Os artistas são caracterizados como formigas, joaninhas, aranhas, grilos, libelinhas, entre outros e trazem para o palco um espetáculo que combina poesia e destreza física de forma transcendente.
Neste regresso a Portugal, confrontámo-nos com a evolução deste espetáculo. Os números são agora apresentados com recurso a projeções na parede de fundo e luzes. Cria, praticamente, um novo cenário. Consegue estar ainda mais colorido e há novidades na programação. Como é habitual, o espetáculo é acompanhado de música tocada e cantada ao vivo. Grande parte do tempo, estes músicos encontram-se ocultos pelo cenário. Mas é evidente a sua participação, pois toda a sessão é acompanhada de muitos sons da natureza, introduzidos em momentos cruciais, de forma a intensificar a sensação de imersão.
Acrobacias Surpreendentes
Antes desta primeira apresentação, tivemos oportunidade de visitar os bastidores de OVO e perceber toda a fantástica organização que o sustenta.
Joseane Costa é uma das acrobatas que faz parte o número de trapezistas aéreos. Natural do Rio de Janeiro, a artista contou-nos que integrou a seleção brasileira de natação sincronizada antes de pensar em fazer parte do circo. “Eu era aquela menina que atiravam para fora de água e tinha de fazer acrobacias no ar”. O apelo a voos mais altos fez-se mais tarde, com algum treino específico acrescido.
A artista está desde 2018 no Cirque du Soleil. Já teve oportunidade de representar em Portugal, com a digressão de Corteo e mostrou-se feliz de voltar agora com OVO. “Lembro-me da última vez que estive aqui que o público foi muito simpático, muito recetivo!”. Reconhece que sente uma ligação especial a este espetáculo, criado também por uma brasileira, Deborah Colker. OVO é envolvido no ambiente quente da música brasileira.
Sobre as novidades deste espetáculo, Joseane avisou que iriamos assistir a momentos de acrobacias surpreendentes: “há um número de aéreos em que a acrobata fica suspensa pelo cabelo… é um número bem impressionante, eu pelo menos, quando vejo, até me dá agonia! Eu acho-a muito especial”.
Ela própria contou-nos que esta quarta-feira “vou estar a fazer coisas novas. Não é sempre, mas às vezes dá para mostrar números novos! A intenção é sempre crescer e fazer o melhor possível!” explica-nos, com um grande sorriso.
Quisemos saber o que é mais desafiante, nesta sua prestação no ar: “Tem de haver muita confiança. Eu tenho de confiar em quem me está a atirar de um lado para o outro. No treino, como vocês estão aqui a assistir agora, usamos linha de vida. No espetáculo não usamos nada. É voo livre. Então tenho de controlar a adrenalina, a parte emocional. É preciso muita concentração. Quando nos atiramos temos de ter cem por cento de confiança de que sabemos o que estamos a fazer”.
Os artistas desafiam a gravidade com saltos, piruetas e contorções deslumbrantes, deixando a audiência boquiaberta com a destreza física e a precisão de cada movimento. As performances aéreas são particularmente notáveis neste OVO, fazendo com que o público de forma inconsciente, sinta necessidade de se segurar bem à cadeira onde está sentado!
Uma Família em Digressão
Janie Mallet é a relações-públicas deste espetáculo que nos conduziu pelos bastidores de OVO.
Depois da zona de treinos, temos oportunidade de conhecer o sistema que os acrobatas usam para entrar em cena, assim como toda a zona por trás do grande cenário.
Inúmeros ecrãs transmitem o que se passa em cena para todos estarem a par do momento. Por questões de segurança, todos os espetáculos são gravados. Mais tarde, essas gravações têm também uma componente pedagógica, em que os artistas analisam a sua prestação e identificam os erros ou forma de melhorar os seus números.
As zonas de guarda roupa e maquilhagem são outra área fascinante de qualquer espetáculo do Cirque du Soleil. Janie teve o cuidado de nos explicar as particularidades destes fatos e a forma como se adaptam às modalidades de quem os pratica.
Na maquilhagem ficámos a saber que os “grilos” são, neste espetáculo, os que mais facilmente ficam prontos a entrar em cena. Há uma estimativa de 20 minutos para ficarem de acordo com o figurino. Há quem precise de cerca de hora e meia de preparação.
E como é passar o natal longe de casa? Janie explica-nos que já viajam há tanto tempo juntos, que sente que esta é também a sua família!
Uma Experiência Inesquecível
OVO do Cirque du Soleil é mais do que um simples espetáculo de circo. É uma proposta imersiva e inesquecível pelo mundo dos insetos.
Com a simplicidade e eficiência a que o Cirque du Soleil nos tem habituado, OVO é um que espetáculo cativa e inspira, deixando uma marca inapagável na memória de quem o assiste.
Há sessões previstas na Altice Arena até ao dia 30 de dezembro, de acordo com a seguinte agenda:
21 de dezembro 2023 – Quinta-feira (21h00)
22 de dezembro 2023 – Sexta-feira (17h00)
23 de dezembro 2023 – Sábado (17h e 21h00)
25 de dezembro 2023 – Segunda-feira (17h30)
26 de dezembro 2023 – Terça-feira (21h00)
27 de dezembro 2023 – Quarta-feira (17h00)
28 de dezembro 2023 – Quinta-feira (17h00)
29 de dezembro 2023 – Sexta-feira (17h00 e 21h00)
30 de dezembro 2023 – Sábado (17h00 e 21h00)
Os bilhetes custam entre 39 e 104 euros, e estão à venda online e nos locais habituais.




















