Com a despedida chegou também a chuva que acabou por dar tréguas aos festivaleiros, ao final da tarde, quando a Banda do Mar pisou o palco. O trio, composto por Mallu Magalhães, Marcelo Camelo e Fred Ferreira, aqueceu o público com um concerto emotivo: o último da digressão da banda. “Velha e Louca”, “Dia Clarear” e “Muitos Chocolates” foram alguns dos temas ouvidos.
Pouco depois, no palco ao lado, a simpática Natalie Prass encantou a plateia que ia crescendo à medida que o concerto da Banda do Mar se aproximava do fim. A norte-americana, considerada uma das grandes promessas de 2015, presenteou o público com temas como com “My Baby Don’t Understand Me”, “Bird of Prey” e “Why Don’t You Understand Me”.
Às 20h50, num recinto ainda a meio gás, os festivaleiros voltaram a concentrar-se nas colinas em frente ao palco principal para receber Woods. O trio trouxe na bagagem o ritmo folk do último álbum With Light and Love, editado o ano passado, que acabou por ser a banda sonora ideal para ouvir naquele final de tarde chuvoso de verão.
Depois da electrónica contagiante da dupla Sylvan Esso ter despertado os festivaleiros já vencidos pelo cansaço de uma semana a acampar, os Temples subiram ao palco principal do Paredes de Coura para uma viagem psicadélica. Os britânicos trouxeram com eles temas como “Colours To Life”, “Sand Dance” ou “A Question Isn’t Answered” supreendendo com o novo “Henry’s Cake”. A vibrante “Mesmerize” deu por encerrado o concerto.
Vinte minutos depois das 22h00, chegou o primeiro momento memorável na noite com os Fuzz e o seu rock arrebatador. A banda de Ty Segal – que aqui ocupa a bateria e os vocais – reuniu uma grande multidão em frente ao palco secundário para um concerto explosivo que trouxe ao festival o verdadeiro espírito Rock and roll, com direito a mosh e roupas pelo ar, como não podia deixar de ser.
No palco principal, às 23h30 em ponto, a sueca Lykke Li subiu ao palco de negro e cabelos molhados para aquele que prometia ser um dos momentos memoráveis do dia mas que, no final, acabou por desiludir. A cantora indie-pop abriu uma excepção na agenda para o Vodafone Paredes de Coura: para além da participação especial no Coachella, Lykke Li não agendou mais nenhum concerto de verão fora da Suécia. E, por este motivo, o concerto já era especial.
“I Never Learn” deu inicio à viagem de 60 minutos pelo universo melancólico de Lykke Li. O tema dá nome ao mais recente álbum da cantora, editado em 2014, onde expõe, mais do que nunca, o seu lado pessoal e emotivo depois de um desgosto amoroso. Do mesmo trabalho ouviram-se ainda “Gunshot”, “No Rest For The Wicked” e a balada “Never Gonna Love Again”.
De “Youth Novels”, o álbum antecessor, Lykke Li interpretou “Sadness is a Blessing”, “Jerome” – que terminou com um cover instrumental do hit “Drunk in love” de Beyoncé – e o contagiante “Get Some”. Ainda pudemos recordar o “Little Bit”, do álbum com o mesmo nome que deu a conhecer Lykke Li ao mundo em 2007.
A verdade é que a atuação de Lykke Li não foi capaz de ocupar o palco do festival nem de criar química com a audiência, apesar dos esforços da sueca que até falou com o público em português durante todo o concerto (Lykke Li passou a infância em terras lusas). Definitivamente, este era um concerto para outro ambiente e outro público. Em Paredes de Coura, a audiência parecia esperar apenas por um tema: “I Follow Rivers”, que acabou por chegar perto do final fazendo a vontade aos presentes. Pelo meio, ainda houve tempo para um cover bem recebido do tema de Drake “We’re Going Home”.
Os concertos do Vodafone Paredes de Coura encerraram em grande com a dupla electrónica Ratatat, num espetáculo sonoro e visual que não deixou os presentes indiferentes.
Entre os dias 19 e 22 de agosto, o Vodafone Paredes de Coura viu passar pelos dois palcos do festival concertos memoráveis protagonizados por Tv On The Radio, Blood Red Shoes, Tame Impala, Father John Misty, The War on Drugs, e Charles Bradley.
Pela primeira vez, o Festival apresentou as Vozes da Escrita, uma iniciativa que levou autores reconhecidos do grande público como Carlos Vaz Marques, Matilde Campilho, Pedro Mexia e Rui Cardoso Martins a participarem em sessões de leitura e conversas informais.
Para o ano, o Vodafone Paredes de Coura regressa entre os dias 17 e 20 de agosto de 2016.
Reportagem de Sandra Mesquita
Fotos de Hugo Lima – Organização do Festival





















