O Centro de Arte Moderna da Gulbenkian (CAM), em Lisboa, apresenta um novo ciclo de exposições, a partir do dia 22 de fevereiro, com propostas de Diana Policarpo, Francisca Rocha Gonçalves, Julianknxx e Tristany Mundu.
“As narrativas têm um papel importante na forma como apreendemos a realidade. As novas exposições do CAM estão unidas pelo desejo de abrir outras perspetivas, reconhecendo o poderoso impacto das histórias – e da forma como são contadas –na nossa perceção. Contadas por artistas de origens distintas e práticas interdisciplinares variadas, as histórias propostas trazem o mundo real para dentro das galerias do CAM.
A partir das suas práticas, onde se trabalham as interseções entre arte, ecologia, ciência e história, apresentamos um programa que convoca o discurso contemporâneo e as práticas performativas.”
Em Coro em Rememória de um Voo, Julianknxx cria um retrato cinematográfico para exprimir a experiência negra, a partir da sua passagem por várias cidades portuárias europeias, incluindo Lisboa. Esta exposição pode ser vista até ao dia 2 de junho de 2025.
Tristany Mundu em Cidade à volta da Cidade, evoca a realidade quotidiana da Linha de Sintra, na área Metropolitana de Lisboa, onde vive e cresceu. Esta exposição pode ser vista até ao dia 5 de maio de 2025.
Em Ciguatera, Diana Policarpo cria monumentais rochedos de um arquipélago atlântico, que emergem para afirmar as suas verdades. A mostra pode ser vista até 28 de julho de 2025.
E, finalmente, Francisca Rocha Gonçalves, em Interferências no Tejo, através de uma instalação sonora, incita a sentirmo-nos como criaturas marinhas numa atmosfera aquática. Esta exposição pode ser vista até dia 19 de maio de 2015.
Todos os projetos assentam numa colaboração, em que outros campos do conhecimento, formas de arte e experiências são convocados. Diana Policarpo e Francisca Rocha Gonçalves juntam arte e ciência para dar voz a outras espécies e formular novas perguntas. Já a prática de Julianknxx desenvolve-se através de múltiplos encontros com músicos, bailarinos e ativistas, tal como o trabalho de Tristany Mundu se inspira no intercâmbio com os seus concidadãos da Linha de Sintra.
O trabalho de todos estes artistas assenta em lugares específicos (nove cidades europeias, a Linha de Sintra, as Ilhas Selvagens e o rio Tejo) para desvendar as condições sociais, culturais, políticas e ambientais contemporâneas. Através desta prática situada, produzem espaços temporários para imaginar, explorar, trocar e criar novos conhecimentos.
Julianknxx retrata a experiência coletiva da diáspora africana em nove cidades europeias. Juntamente com Tristany Mundu, fazem da cidade de Lisboa (e da Linha de Sintra) a protagonista-chave das suas histórias e dos programas associados a decorrer na Fundação Gulbenkian e na área metropolitana da cidade.
Diana Policarpo e Francisca Rocha Gonçalves debruçam-se sobre as ecologias da água, centrando-se, respetivamente, nas Ilhas Selvagens e no rio Tejo. O processo criativo das duas artistas está enraizado na investigação, para abordar a saúde do nosso ambiente, dando voz a rochas, peixes e outros organismos marinhos.
Estas histórias, perspetivas e relações criam diálogos com a cidade e o mundo, encorajando os visitantes a conectar-se, através dos sentidos, trazendo a sua própria perspetiva e abrindo-se a novas narrativas. As histórias não são apenas um escape, mas antes um envolvimento com as múltiplas dimensões do mundo e com as suas profundas complexidades, constituindo ensaios para potenciais realidades futuras.
As exposições podem ser visitadas de quarta a segunda-feira, das 10h00 às 18h00 e até às 21h00 ao sábado, e a entrada para as exposições é 4 euros. Já o bilhete para visitar o Museu, o CAM e as Exposições Temporárias custa 16 euros, e podem ser adquiridos no local e online.
