Dez anos depois de ter aberto as portas pela primeira vez (em novembro de 2013), o RCA Club celebrou uma década de existência, período ao longo do qual se foi destacando como um dos principais espaços nacionais de divulgação e promoção musical, sobretudo no que diz respeito aos cenários rock e metal mais underground.
A noite, fria, não convidava a sair de perto do aquecedor (ou da lareira), mas o espaço da mítica sala lisboeta (sita na Rua João Saraiva, em Alvalade) já se encontrava bem composto, à hora a que os Attick Demons subiram ao palco, para a abertura de hostilidades.
Attick Demons
A formação de Almada (no ativo desde 1996) é fortemente influenciada pela New Wave of British Heavy Metal, algo bem patente, não apenas na sonoridade da banda e na voz de Artur Almeida, mas também nos temas que inspiram cada uma das músicas, com História e Mitologia à cabeça.
Ao longo da sua atuação, os Attick Demons foram percorrendo algumas das suas malhas mais icónicas, incluindo “Let’s raise Hell”, terminando com uma ode a D. Nuno Álvares Pereira, “O Condestável”, um dos grandes heróis da história de Portugal.
Mão Morta
Seguiu-se aquele que terá sido o momento mais esperado da noite: Mão Morta! O conjunto liderado por Adolfo Luxúria Canibal abriu atividade em 1984 e é, sem dúvida, uma das mais criativas e prolíficas bandas portuguesas.
A viagem musical, conduzida pelos Mão Morta, começou com “Pássaros a Esvoaçar” e levou-nos a “Budapeste” e a “Lisboa”, atravessando boa parte da discografia editada ao longo de (quase) quatro décadas de carreira.
“E se Depois”, “Novelos da Paixão”, “Oub’lá” e “Cão da Morte” foram outros temas que se ouviram durante cerca de uma hora de concerto, sendo que os bracarenses terminaram de forma apoteótica, com “Anarquista Duval”, obra que remete para a figura de Clément Duval, famoso anarquista francês que viveu entre o final do século XIX e o primeiro terço do século XX.
HochiminH
Depois de Mão Morta, entraram em cena os HochiminH, formação originária da antiga Pax Julia. Beja. O conjunto alentejano navega entre o Industrial e o Metalcore (provavelmente, reminiscências do período em que a banda nasceu, no início do século, altura em que imperava o Nu Metal) e ofereceu-nos um concerto cheio de energia, que incluiu uma cover musculada de uma das músicas mais populares dos britânicos Depeche Mode: ‘”Enjoy the Silence”.
Peste & Sida
A noite terminou com a atuação dos Peste & Sida…e (acreditamos) não por acaso: para além da marca indelével que deixou na história da música nacional, a banda tem raízes profundas em Alvalade, local onde se situa o RCA Club, pelo que dificilmente haveria nome mais indicado para encerrar este primeiro dia de festividades.
Atualmente, João San Payo assume a voz do grupo e é o único membro da formação original, mas os lisboetas mantêm a sua essência: punk e rock, temperados com uma dose qb de reggae. “Gingão”, “Chuta Cavalo” e “Sol da Caparica” foram alguns dos temas clássicos que desfilaram pelo palco do RCA, sendo que o epílogo chegou com “Está na tua Mão”, música que não poderia estar mais atual e que representa, na perfeição, a mensagem que os Peste & Sida tentam passar, através das suas composições.
Rockline Tribe
No final, a After Party esteve a cargo do DJ set da Rockline Tribe, mas serão as horas de concertos e os acordes das guitarras que permanecerão na memória de todos aqueles que se deslocaram ao RCA Club, para celebrar 10 anos de vida de uma das catedrais nacionais do Rock e do Metal.




















