Uma voz perfeita, capaz de abraçar angústias e de aliviar a dor de um peso emocional. Sharon Van Etten atuou esta terça-feira na Aula Magna, perante uma plateia de fiéis seguidores. Uma hora e um quarto de concerto revelou-se muito curto para saciar as expectativas.
Feliz por finalmente poder sair dos Estados Unidos da América, Sharon Van Etten, partilhou, no início do concerto, a alegria de regressar a Portugal, em digressão. “É sempre bom ter uma desculpa para por um eye liner e cantar para pessoas que nos querem ouvir!”
O curto alinhamento de 14 temas, vinha preenchido com o álbum lançado no início do mês de maio. We’ve Been Going About This All Wrong foi construído durante a pandemia e reflete um lado mais sombrio da cantora, compositora e atriz norte-americana. Os temas foram conhecidos todos de uma vez, sem avanço de singles. O propósito foi o de levar as pessoas a ouvir todas as músicas, de modo a poderem fazer as suas próprias escolhas.
Um palco coberto de fumo e com focos de luz a cruzar o cenário, Sharon Van Etten revelou, ao longo da noite, os seus dotes multi-instrumentais. Tocou guitarra, cantou e passou pelas teclas. Em parte da sua atuação foi também performer. A voz poderosa é o que mais impressiona, capaz de malabarismos incríveis sempre dentro do tom. Acrescenta força às canções com a forma como movimenta o corpo e articula os braços e as mãos, dando ênfase às palavras. Numa espécie de bailado contemporâneo, a esguia figura, vestida de preto, é hipnotizante.
Nos intervalos dos temas, o publico procura mais interação com a banda. Querem conhecer os elementos, e a cantora revela-se comedida na resposta. Entrega-se com a música. Claramente, a sua zona de conforto.
Alguns problemas afetaram os músicos em “Mistakes”, um dos temas mais dançáveis deste novo trabalho, mas o público fez a festa nas mais conhecidas “Everytime The Sun Comes Up” e dançou de pé com o ultimo tema “Seventeen”. A banda agradeceu, saiu de palco e indiferente aos pedido, não regressou. Hora e um quarto de concerto soube a pouco.
O público ainda estava a aquecer…
The Weather Station, a banda natural do Canadá, e liderada por Tamara Lindeman assegurou a primeira parte. O projeto de indie folk apresentou as suas delicadas composições que juntam piano, guitarra e apontamentos de eletrónica.



















