SNOB: Da Boémia Do Passado À Elegância Dos Tempos Modernos – Um Espaço Onde O Bife Ainda Sabe Ao Que Sabia

Reportagem de Elsa Furtado (Texto) e Tânia Fernandes (Fotos)

Snob

Entre as pedras negras da calçada, nas ruas inclinadas de uma das sete colinas da Capital, ao cair da noite, ganha vida um pequeno espaço, instalado no nº 178 da Rua do Século, à zona do Príncipe Real. Toldo verde, tal como a porta – sempre fechada (é obrigatório tocar à campainha para poder entrar), são a imagem de marca deste espaço emblemático da noite lisboeta – SNOB de seu nome.

Já com 60 anos de existência, o famoso bar reabriu recentemente sob égide de novo proprietário, remodelado, mas com o mesmo ambiente clássico, elegante e discreto que o caracterizam e em que o verde escuro é a cor dominante.

Lá dentro, 2 salas, não muito grandes, com capacidade para 40 pessoas, recebem acolhedoramente o visitante. Na primeira, as estantes cheias de livros, e o bar dominam o ambiente, pelo meio, algumas mesas completam a decoração.

Na segunda sala, as pequenas mesas de madeira, os candeeiros de latão, com abat jour verde, e o cheirinho que vem da pequena cozinha, marcam o espaço.

As conversas cruzam-se, e misturam-se, num ambiente intimista e intemporal, à semelhança de outros tempos, mas os visitantes, esses já não são os mesmos. Dos intelectuais, artistas, políticos, jornalistas e boémios de outrora, ocupam agora as cadeiras e os sofás recentemente restaurados, turistas, estrangeiros que por cá vivem, alguns locais e curiosos. Todos querem vir conhecer o famoso espaço da cidade, que durante 60 anos acolheu tanta gente famosa e importante, e marcou a vida cultural e boémia de Lisboa antes e depois da Revolução de 74.

A clientela mudou, o proprietário também, do Senhor Albino Oliveira (que tomou conta do SNOB em 1975) já só restam as lembranças nas paredes e na carta, mas a simpatia do pessoal e o menu mantêm-se, tal como as estrelas deste também.

Vir ao Snob é vir comer um Bife à SNOB (da vazia ou do lombo, com molho de natas) ou um Prego à Portuguesa, com ovo a cavalo e acompanhados com batatas fritas feitas ao momento; provar os famosos croquetes com mostarda ou o “Prego” da casa; e para os mais gulosos, deliciar-se com uma mousse de manga ou de chocolate, ou mesmo uma fatia de bolo de bolacha.

Mas para quem prefere outras alternativas, a carta inclui ainda Bacalhau à Brás, Omeletes e Gambas Al Ajillo. Tudo entre as 19h00 e a 1h00 da manhã (hora em que encerra a cozinha).

Para aqueles que querem só vir conversar um bocado, num espaço sossegado, e beber um “copo”, a carta de bar tem várias propostas, desde cocktails (como o Cosmopolitan ou o Dry Martini) a whiskies (oriundos de várias origens), gins, vodkas, vinho, cerveja, entre outras bebidas, o difícil é escolher.

Inaugurado a 16 de novembro de 1964, por Paulo Guilherme D’Eça Leal, desenhador do extinto jornal O Século, e que dá nome à rua, o espaço promete resistir às influências estrangeiras e trendys da zona, e por aqui ficar, de portas abertas, mais umas boas décadas. Tudo boas razões para vir conhecer este “jovem” espaço da noite lisboeta, e quem sabe, quem aqui pode encontrar.

O SNOB fica na Rua do Século, nº 178, em Lisboa, e funciona todos os dias entre as 19h00 e as 2h00. Se pretender vir jantar, aconselha-se a fazer reserva previamente. Os preços variam entre os 4,50 euros (dos croquetes) aos 20 euros (do bife do lombo).

Artigo anteriorNauticampo Decorre De 26 A 30 De Março
Próximo artigoCalema Anunciam Novos Bilhetes Para O Concerto No Estádio Da Luz

Deixe uma Resposta

Por favor digite seu comentário!
Insira o seu nome