Sonetos De Luís De Camões Reeditados Pela Assírio & Alvim

Vinte anos após a impressão original, a Assírio & Alvim reeditada a coleção de 50 poemas de Luís de Camões escolhidos por Eugénio de Andrade.

«Este é o mais fascinante livro da nossa poesia, a suprema festa da língua. E não apenas isso: estão aqui alguns dos raros versos — como dizer? — que participam da respiração do mundo e da pulsação das estrelas. Temos de pensar em nomes máximos, Virgílio, Dante, Shakespeare, S. João da Cruz, para encontrar igual esplendor. Igual, não maior. E não são exageros nacionalistas, que nunca tive, nem creio que venha a ter», defende Eugénio de Andrade no prefácio desta obra.

Pois meus olhos não cansam de chorar
Tristezas, que não cansam de cansar-me;
Pois não abranda o fogo em que abrasar-me
Pôde quem eu jamais pude abrandar;

Não canse o cego Amor de me guiar
A parte donde não saiba tornar-me;
Nem deixe o mundo todo de escutar-me,
Enquanto me a voz fraca não deixar.

E se nos montes, rios, ou em vales,
Piedade mora, ou dentro mora Amor
Em feras, aves, plantas, pedras, águas,

Ouçam a longa história de meus males
E curem sua dor com minha dor;
Que grandes mágoas podem curar mágoas.

A obra, da coleção Documenta Poética, tem 72 páginas e está à venda por 14,40 euros.

Autor:Texto de Rosa Margarida
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