Entre os dias 25 e 29 de junho, o Festival de Glastonbury acolhe novamente Terminal 1, uma instalação artística e espaço performativo que desafia fronteiras e celebra a migração como força vital e transformadora. Esta experiência multidisciplinar — que junta arte, teatro, música e reflexão social — regressa com um novo programa e uma mensagem unificadora: “Nenhum ser humano é ilegal”.
Lançado originalmente em 2024 e construído com materiais recuperados do antigo Terminal 1 do Aeroporto de Heathrow, Terminal 1 causou grande impacto no público e na crítica. Este ano, a instalação volta com uma proposta ainda mais arrojada e abrangente.
Concebida como um espaço de solidariedade e resistência e celebração, a instalação transforma os restos de um antigo terminal de trânsito num ponto de encontro para artistas de todo o mundo. Ali convergem expressões visuais, performance, música, spoken word e cinema, sempre com foco na empatia e na reflexão coletiva sobre as realidades da migração.
No centro da experiência estão quatro cabines interativas, cada uma dedicada a um tema atual relacionado com a migração. Criadas por artistas nacionais e internacionais, estas cabines são activadas por performers ao vivo, que guiam os visitantes por uma experiência sensorial. Para aceder ao percurso, cada participante deve responder a uma pergunta do teste oficial de cidadania do Reino Unido. Quem responder de forma errada regressa ao início da fila — um gesto simbólico que simula a frustração, desorientação e incerteza enfrentadas por muitos migrantes e requerentes de asilo.
Este ano, a experiência inclui também um elemento de acessibilidade tecnológica inovador. Será possível participar em Terminal 1 através de Realidade Virtual. Os visitantes com pulseiras de acessibilidade terão acesso a auscultadores de VR, podendo percorrer o espaço em formato digital, sem perder a intensidade da experiência presencial.
Terminal 1 afirma-se como uma plataforma global de vozes artísticas e humanas. É uma homenagem à migração, uma crítica aos sistemas fronteiriços e uma proposta de futuro assente na compaixão, na dignidade e na solidariedade. Em tempos de divisões políticas e crises humanitárias, esta proposta artística apresenta-se como um convite urgente a imaginar um mundo mais justo e inclusivo.





















