Um alinhamento improvável voltou a esgotar a capacidade do recinto do Caparica Primavera Surf Fest, na noite de sábado. Os Trevo abriram o palco, e do pop rock o ambiente mergulhou no rap agressivo de Allen Halloween. O som voltou a subir alguns tons com o punk rock dos Tara Perdida.
Gonçalo Bilé (voz e guitarra), Hugo Palitos (bateria) e Ricardo Pires (baixo) formam os Trevo, uma forma de estar no rock descontraída e melodiosa, que se entende à pop, à música popular e até ao punk. Refrões leves que se instalam nos ouvidos, como “Face meu, face meu” ou “Quero-te mais que uma semana”. Para um dos temas, que se chega mais ao punk, convidaram Ruka, dos Tara Perdida, a subir ao palco. Prova de que, independentemente dos estilos, a linha condutora deste festival é mesmo a música. Entraram com pouca gente no recinto e despedem-se com pena “agora é que isto estava tão quentinho”…
Com a luz a baixar, e o tom agressivo a subir, Allen Halloween agarrou o público e agitou a plateia com o seu concerto. Natural da Guiné Bissau e associado ao movimento hip hop português, foi um dos fundadores dos YK. Trouxe mensagens de hostilidade, que refletem a vida difícil nos subúrbios da capital e eram muitos os que acompanhavam as letras do cantor. Na Caparica, atuou em dupla com o MC Lucy.
Apesar da diversidade de estilos, a mancha mais significativa que circulava no recinto era mesmo de t-shirts pretas. Dos Tara Perdida, mas também de Ramones ou até Slayer. A banda de punk rock nasceu em 1995 e nesta longevidade contou já com a participação de um número significativo de músicos. Aquele que mais saudade deixou terá sido João Ribas. Tiago Afonso, é que assegura a voz, neste momento, acompanhado de Rui Costa (Ruka) na guitarra, Tiago Silva (Ganso) na guitarra, Alexandre Morais no baixo e Pedro Rosário (Kistos) na bateria. Não defraudaram as expectativas e mesmo em ambiente familiar, ao Caparica Primavera Surf Fest trouxeram um concerto hardcore, bem pesado, carregado de emoção e energia que deixou o público satisfeito.
O Caparica Primavera Surf Fest vai continuar a dar música, mas também muitas atividades desportivas, na Praia do Paraíso, até dia 15 de abril. O acesso aos concertos requer aquisição de bilhete, à venda nos locais habituais. O bilhete diário custa 10 euros (8 euros para estudantes) e o passe 30 euros (25 euros com desconto). Todos os eventos desportivos são gratuitos.




















