Uma Pedra No Sapato Com Encenação De Ana Nave Para Ver Em Almada

A Arte 33 tem em cena o espetáculo Uma Pedra no Sapato, com encenação de Ana Nave, no Salão das Carochas, em Almada.

Trata-se de uma criação original que parte da investigação sobre factos, ficções e mitos fundadores da cidade de Almada, realizada em colaboração com o Centro de Arqueologia de Almada, e que se inscreve nas novas dramaturgias contemporâneas. O texto é da autoria de Francisco Silva e Rui Silvares, com dramaturgia de Ana Nave e Rui Silvares.

O espetáculo nasceu de um projeto de teatro comunitário iniciado em 2024, que envolveu mais de 250 horas de formações abertas à comunidade local. Esta iniciativa teve como objetivo central a construção de uma identidade coletiva, com base na memória e na vivência da cidade, numa lógica de participação ativa dos seus habitantes.

A ação decorre na antiga Ermida do Espírito Santo, hoje conhecida como Salão das Carochas, espaço que funciona como sala de ensaios e centro de tensão dramática da narrativa. Aí desenrola-se um conflito entre diferentes personagens e visões do que deve ser representado: uns defendem textos clássicos ligados a Almada, como Frei Luís de Sousa ou o Auto da Índia; outros preferem uma abordagem experimental, evocando a chegada dos Fenícios ou o episódio do Cerco de Almada descrito por Fernão Lopes; e há ainda quem insista num espetáculo de teatro musical, sublinhando a forte ligação da cidade à música portuguesa.

Em tom de comédia, a peça dá vida a onze personagens que percorrem, disputam e reimaginam a história e as memórias de Almada, cidade separada e ligada a Lisboa pelo Tejo, num território onde as margens se confrontam, dialogam e se fundem. O resultado é uma paródia com momentos musicais, que mistura episódios históricos e invenções teatrais para criar um retrato afetivo e satírico da cidade.

A interpretação está a cargo de Ana Saltão, António Olaio, Carlos Antunes, Elsa Viegas, José Vaz de Almada, Francisco Silva, Carla Antónia Silva, Cláudia Martins, Fernando Emanuel Pinheiro, Isabel Martins e Raquel Caldeira, num elenco que representa diferentes gerações e vozes.

A produção é da Arte 33, com direção de produção de Josefina Correia, cenografia de Rui Pinto, figurinos de Alice Rolo, adereços de Cláudia Martins, direção musical de Rui Oliveira, desenho de luz de Gabriel Orlando e grafismo de Eva Nave. A fotografia de cena é da autoria de José Frade.

A peça pode ser vista até 20 de Julho, com sessões de quinta a sábado às 21h00 e aos domingos às 18h00.

Os bilhetes encontram-se à venda nos locais habituais e custam 10 euros. Há desconto para grupos, jovens e séniores.

Autor:Texto de Tânia Fernandes
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