Um Coliseu dos Recreios lotado celebrou, este sábado, os 25 anos de carreira de João Pedro Pais. Durante quase três horas de espetáculo o músico percorreu os principais êxitos. Contou ainda com três importantes convidados: Miguel Ângelo, André Sardet e o seu filho Salvador.
João Pedro Pais é conhecido pela sua entrega apaixonada em palco. Esta noite, encontrámo-lo especialmente emocionado e predisposto a conquistar o público com o seu carisma e voz imponente.
O cantor entrou pelo lado oposto ao palco, de guitarra ao peito, a tocar “A Minha Estrada”, do álbum Confidências (de Um Homem Vulgar), lançado em 2019.
A música e a emoção atravessaram o recinto, pelo corredor central do Coliseu e ocuparam o palco, onde se mantiveram durante toda a noite.
Em “Estás Aí”, o tema seguinte, a cortina subiu e revelou a banda que o acompanhou ao longo da noite: Rui Almeida (piano), Fernando Tavares (bateria/percussão), Sérgio Mendes (guitarra) e Donovan Bettencourt (baixo).
Os concertos de João Pedro Pais são espetáculos de música, sem grandes distrações. O público vai para ouvir as suas canções e vibrar com a sua energia.
Assim, a componente multimédia foi pontual e mais de partilha de imagens da banda em estúdio, como em “Havemos de Lá Chegar”.
A interação com o público é habitual, nos concertos de João Pedro Pais. E tal como nas suas canções, começou com um malabarismo de palavras, ao explicar que estava a partilhar “25 anos de estrada, de canções, de emoções, de vivências, de referências.”
O primeiro convidado a entrar em palco foi Miguel Ângelo. Desde 1996 que os dois músicos não se juntavam em palco. Alinharam as vozes para “Ao Passar de Um Navio”.
João Pedro Pais envolve muitas vezes a plateia, convidando-a a cantar com ele e a participar ativamente no espetáculo. Esta interatividade cria uma ligação especial entre o artista e os fãs.
À banda juntou-se também, ao longo do concerto, um quarteto de cordas que deu intensidade a temas como “Faz Tempo”, “Lembra-te de Mim” ou “Mais que Uma Vez”.
“São vocês que nos motivam a fazer o que fazemos” é uma das frases repetida, várias vezes, ao longo da noite, em modo de agradecimento ao ambiente caloroso que se viveu no Coliseu dos Recreios, este sábado.
Fica sozinho em palco para “Ninguém É”, um momento que se tornou especial, só com o apoio do quarteto de cordas.
Chamou depois um amigo “que por acaso também canta umas canções. Esse meu amigo fez 25 anos musicais primeiro do que eu e teve a amabilidade de me convidar”. João Pedro Pais retribuiu o gesto e convidou André Sardet a interpretar “Feitiço”.
Com um ramo de flores na mão, André Sardet conseguiu verdadeiramente surpreender João Pedro Pais que no final comentou “foi o primeiro colega musical que me ofereceu flores em palco”.
Depois de “Feitiço” a emoção subiu ainda mais um patamar, quando o cantor anunciou um tema que escreveu para um amigo que fez na estrada. “Ele já não está. Mas continuamos a estar na música”.
João Pedro Pais ficou sozinho em palco para interpretar “És do Mundo” dedicado a Zé Pedro, guitarrista dos Xutos & Pontapés. Enquanto tocava, em homenagem, virou-se de costas para o público, a admirar as imagens dos dois músicos juntos em palco, que passavam no ecrã de fundo.
O público aplaudiu, com emoção redobrada, este tema.
Entrou um piano e fez-se uma espécie de parêntesis familiar. Salvador, o filho, foi o primeiro convidado, que o acompanhou à guitarra em “Paciência”.
Seguiu-se “Minha Mãe” dedicada à sua e a todas as mães. Uma coleção de imagens antigas do cantor com a mãe foram também partilhadas esta noite.
Ao piano, sozinho, ainda interpretou “Um Resto de Tudo”.
O concerto ganhou novo embalo com o regresso da banda ao palco para “Não Há”.
Nesta reta final do concerto, João Pedro Pais procurou ainda maior proximidade com o público que assistia.
Pediu às cerca de 3000 pessoas presentes “façam o favor de se ouvir”. E o público assim fez, em “Fazes-me Falta”, “Louco por Ti”, “Um Volto Já” e “Uma Questão de Fé”.
Pelo meio tivemos, abraços a pessoas na plateia assim como a conhecidas personalidades (Manuela Eanes) e ainda um breve diálogo à distância, entre o cantor e o presidente da Câmara de Municipal de Lisboa.
Em “Passo a Passo” João Pedro Pais percorreu todos os corredores da plateia, a cumprimentar e a aplaudir as pessoas presentes na sala.
“Prometo”, “Nada de Nada” e “Mentira” (uma das mais aguardadas) fecharam a noite, já depois das 00h30. Uma longa noite de musica portuguesa, que passou por diferentes estilos, desde baladas emotivas à euforia do rock.
