Home Música & Espectáculos Concertos 46 Anos De Xutos & Pontapés: A Banda Comanda A Vida

46 Anos De Xutos & Pontapés: A Banda Comanda A Vida

Por Ana Filipa Correia

Os Xutos & Pontapés levaram ao palco do Meo Arena o concerto da digressão Olá, Vida Malvada que foi simultaneamente um concerto de aniversário: já são 46 anos desta banda cujas músicas são a banda-sonora de uma geração.

As portas da Meo Arena abriram às 19h30 para os primeiros fãs que não prescindiram de ocupar aquele lugar especial mesmo em frente ao palco encostados às grades. Para estes e os outros que foram lentamente ocupando o pavilhão, os Meu General abriram as hostilidades pelas 19h45 e contaram com a presença de João Cabeleira para uns riffs de guitarra.

Em seguida, os Conjunto!Evite, banda a que pertencem Vicente e Sebastião, filhos de Tim, viram-no juntar-se a eles em palco. Podemos estar a assistir a uma passagem de testemunho, sem dúvida uma bonita forma de uma banda com tanta história apoiar, dar a conhecer e projetar o trabalho de outros músicos. Foram duas atuações que que preencheram bem o tempo até ao momento em que os Xutos sobem ao palco, pelas 22h00, ao som dos acordes da música que dá nome à digressão: “Vida Malvada”. Se a vida de todos nós pode ser mais ou menos malvada, sentimo-nos refletidos nas palavras das músicas dos Xutos.

Sobre o palco paira o icónico X, um dos símbolos que, juntamente com a lenço vermelho, imediatamente associamos à banda e é tantas vezes reproduzido pelo cruzar de braços dos fãs durante o concerto. “10.000 Anos”, “Quem é Quem”, “Tu e Eu” aquecem o público para o concerto de mais de duas horas que não vai, não pode deixar ninguém indiferente. Tim anunciou: “Concerto de aniversário numa sala belíssima- vamos tocar até doer” e assim cumpriram.

Seguiram-se “Fim do mundo”, “Jogo do Empurra”, “Fim do Mês”, “Mundo ao contrário”, “Negras Como a Noite”, música em que João Cabeleira nos provou que as guitarras do rock também podem chorar.

1 / 22

O desfilo de hinos icónicos da banda continuou para “Chuva Dissolvente”, “O Que Foi Não Volta A Ser” e “Mar de Outono”, a última coisa que gravaram com o Zé Pedro. A banda prestou ainda outra homenagem ao músico, que será sempre parte dos Xutos: antes de “Não Sou o Único”, o hino escrito por Zé Pedro, os ecrãs da Meo Arena encheram-se com “Submissão”, pela voz saudosa do músico, numa montagem de gravações e fotografias que emocionaram os fãs.

“Conta-me Histórias”, “Gritos Mudos”, “Mergulho”, “Ai Se Ele Cai”, tudo boas razões para por o público a cantar.

O fim de “Dia de S. Receber” foi prolongado pelo público num contínuo “Aiiii” com Kaúl a juntar-se para o continuar para um divertido “aiiiiitirei o pau ao gato to to…”. O concerto entra agora num desfile de clássicos que desafiam as gargantas e pulmões dos fãs – até doer, tinha prometido Tim: “Maria”, “À Minha Maneira”, “Circo de Feras”, “Contentores”,
“Remar Remar” para terminar (aquele fim que sabemos sempre que não é fim) com “Sémen”.

O primeiro encore traz-nos “Avé Maria”, “Para Sempre” fechando com a adaptação que é um clássico: “Casinha”. No segundo retorno ao palco, para ao definitivo adeus, pelo menos por esta noite, leva a Meo Arena a cantar, a plenos pulmões “O Homem do Leme” numa garantia que o nosso amor, Xutos, ficará Para sempre. Na assistência, muitos filhos que acompanharam pais e que estão também a tornar-se fãs da banda.

Será um cliché dizer que foi um concerto de aniversário mas o presente foi nosso. Assim é de facto. 46 anos de Xutos & Pontapés, 8 sem o Zé Pedro.

Parabéns Xutosssss!

SEM COMENTÁRIOS

Deixe uma Resposta

Please enter your comment!
Insira o seu nome

Exit mobile version