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Evil Live Dia 3: Último Dia Do Festival Encerra Com Casa Cheia E Energia No Máximo

Por Tiago Silva (texto) e António Silva (fotografia)

No último dia do Evil Live, a diversidade do público fez-se notar logo à entrada. As t-shirts de Falling in Reverse e Slipknot dominavam o recinto, mas, entre elas, viam-se referências a muitas das outras bandas do cartaz, sinal de que a audiência não veio apenas pelos cabeças de cartaz. O ambiente era de expectativa para o desfecho do festival, que esgotou no seu terceiro e último dia.

Muita gente a comprar merchandising, havia até fila extensa para o balcão de vends.
O Festival está bem organizado, nunca se demorou muito a conseguir comida ou cerveja, tudo fluiu com facilidade. Boas condições sanitárias e um bom piso de borracha para os metaleiros.

Uma palavra de apreço aos seguranças que aguentaram o muito crowd surfing com boa disposição (apesar de me terem feito um lenho no joelho, acontece e continuamos amigos).

Sugerimos à organização mais pontos de água e alguma forma de refrescar as pessoas.
Algumas pessoas sentiram-se mal devido ao calor e foram assistidas no local, estas situações são inevitáveis, mas mitigáveis.

No final, em jeito de balanço, levamos um festival que soube apelar às varias sensibilidades metaleiras, com maior pendor para o metalcore e nu-metal, não esquecendo os clássicos.
Vamos de barriga cheia de uma reunião familiar, como diriam os Slipknot, e que certamente trará muita gente de volta para o ano que vem.

Fæmine

Coube aos lisboetas Faemine as honras de abertura do dia final e esgotado do Evil Live.
A banda pratica um metalcore ultra melódico e acessível, mas não deve ser entendido como negativo.

Faemine
1 / 6

 

Conseguiram pôr a mexer o público que aguentou estoicamente sob um sol tórrido das 16h00.
“Salvation” e “Broken bones” são excelentes exemplos do que esta banda pode trazer à cena nacional e internacional.

2 / 6

 

Vão ouvi-los.

Gaerea

E ao terceiro dia do festival recebemos a melhor banda portuguesa da atualidade.
Os Gaerea acabados de regressar de uma tour como headliners vieram mostrar o seu black metal, tendo como base o mais recente trabalho Coma.

3 / 9

Os Gaerea são uma banda que será mundialmente enorme, esperemos nós, porque o que fazem tem uma qualidade incrível e a banda entrega concertos fantásticos como tivemos oportunidade de testemunhar hoje.
Arrancaram com “Hope Shatters” do mais recente disco e nos ecrãs aparecem imagens relacionadas com os temas.
“World Ablaze”, “Mirage”, “Laude” foram grandes momentos de um concerto absolutamente maravilhoso.

4 / 9

 

O som estava bom e conseguiram um enorme envolvimento de todos os presentes através dos vídeos, mas também da teatralidade que põem na entrega das canções e dos sentimentos que querem passar.
Havia um enorme moshpit e imenso crowd surfing, ninguém estava indiferente.
Como uma grande prenda anunciaram concertos em Portugal dia 4 de Dezembro no Porto (Hard club) e dia 5 de Dezembro em Lisboa (LAV).
A não perder aquela que é a nossa grande referência do metal no momento atual. Fantásticos.

Adept

Nunca vi os Crossfaith ao vivo, mas também nunca tinha visto os Adept ao vivo, assim a expectativa era pouca. No entanto os Adept demoliram o Evil Live.
Grande atuação da banda sueca, com pirotecnia à mistura, à semelhança dos R.A.M.P. no primeiro dia, há que respeitar uma banda que com 40 graus ainda usa fogo no espetáculo.

Estavam dispostos a dar a melhor performance possível e conseguiram.
A reação do público foi gigante, com muito mosh, muitos braços no ar e crowd surfing aos montes.
As transições entre guturais e voz limpa são muito boas e o vocalista Robert Ljung tem uma excelente dicção.

O seu metalcore melódico põe todos a mexer em canções como “The business of Living” ou “Dark Clouds”.
No final disseram que foi um dos concertos mais difíceis que deram (calor e a rapidez da marcação) mas conseguiram um excelente resultado.

Jinjer

Os Jinjer entregaram a sua cerveja a alguém e foram para o palco.
Os Adept deram um bom concerto, mas os Jinjer foram mais além, a tecnicidade da banda conjugada com a presença poderosa de Tatiana Shmayluk não deixou pedra sobre pedra.

7 / 6

“Green Serpent”, “Perennial” e a inevitável “Pisces” criaram duas rodas de mosh.
As imagens nos ecrãs refletiam as músicas e ajudaram a criar ambiente, mas o verdadeiro ambiente foi criado pelo público.
Pela plateia víamos uma bandeira ucraniana, país natal da banda.

8 / 6

Os Jinjer não são uma surpresa, são uma confirmação de uma grande banda que tem imensos fãs no nosso país, tal era a quantidade de t-shirts.

Que voltem mais vezes.

Falling in Reverse

Um dos nomes grandes de uma nova onda do metal, super produzido (chegam a ter quatro produtores em algumas canções) e com fortes influências do hip-hop.
Surgem nos ecrãs a caminho do palco, Ronnie Radke e a sua trupe vão fazendo brincadeiras enquanto fãs ansiosos gritam por eles.

Começaram com “Prequel” e foram por aí fora com hit atrás de hit. Aqui a temática não é expansionista, não se fala do negrume humano dos Triptykon, nem nada épico como os Judas Priest, do existencialismo dos Gaerea, aqui o foco é o “eu”. E por “eu”, entenda-se, Ronnie Radke.
A maior parte das músicas são a falar dos seus problemas psicológicos, “Ronald”, “Popular Monster”, “Voices in my head”.

10 / 7

 

E o público está com ele, porque existe identidade com a personagem que está em cima do palco, mas não só de trauma se vive. Também há diversão.
Põe toda a gente a gritar o nosso melhor “Hiii Haww” para a sua música country “All my life”, “I’m not a Vampire” parece saída de uma banda pop-punk.

11 / 7

Finge que sai de palco e se fartou, o que assusta alguns porque já o conhecem, mas a verdade é que aqui não há imprevistos, é uma atuação muito polida e coreografada. Só saiu para cantar “No Fear”.
No final deixou-nos com “Watch the world burn”.
Uma boa atuação com muita adesão dos fãs, havia muitas t-shirts da banda que já conta com 8 milhões de ouvintes no spotify.

Slipknot

Depois fomos ouvir música pop durante um bocado, Duran Duran, Tears for Fears, sinceramente, soube bem depois dos Falling in reverse.
Foram montando a fábrica de metal dos Slipknot e um Estádio do Restelo esgotado estava ansioso.
Por cima da bateria de Eloy Casagrande estavam os DJ’s de serviço e teclas.
Uma estrutura metálica com ventoinhas industriais por baixo da bateria e três andares.
A música do Knight Rider ecoou e fumo verde encheu o palco como se ligassem os motores do cenário industrial que está à nossa frente e entram os operários.
Vestidos com os habituais fatos macaco e as habituais máscaras, lançam “(SIC)” a abrir o concerto e o tsunami de pessoas que os esperava, tal era a quantidade de t-shirts, explode em pulos e mosh.
Como um formigueiro o público nunca parou de se mexer, “People = shit” foi brutal.
Os habituais barris de cerveja são espancados habilmente pelo Tortilla man que aproveita todo o espaço do palco para fazer das suas.
Corey Taylor como sempre dirigiu-se ao público contando que lhes falta o Clown, que está em casa a tomar conta da família e que naquele concerto somos todos família.
Como bom pai de família pede a que todos se apoiem, que se virem alguém no chão o levantem.
Acima de tudo um concerto de Slipknot é a celebração do amor pela família do metal, coisa que alguns fãs, mais influenciados pelo hardcore não percebem e lá se via uns cotovelos a voar e pontapés ridículos. Há pessoas que não percebem o espírito do metal e deviam aprender a comportar-se. Basta tentar não ser um grunho, porque não se percebe o gozo de ir para um sítio para tentar aleijar alguém.

Era o último concerto da tournée europeia e queriam acabar em grande.
Os Slipknot não são bem uma fábrica, são mais uma empresa de demolições, e mostraram isso em canções como “The Heretic Anthem” ou “Unsainted”.
Não sabemos se o Estádio do Restelo ficou em condições de ser usado depois da “Duality” ou “Surfacing”, mas devem andar a recolher os cacos hoje.
Se a Proteção Civil emitiu alertas de sismos pedimos desculpa. Éramos só nós e os Slipknot.

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