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Forest Swords levou Engravings ao Musicbox

fReportagem de José Boaventura Rodrigues (texto) e de Tiago Espinhaço Gomes (fotografia)

Terça-Feira, 6 de maio, Musicbox: passam quinze minutos da hora marcada quando a organização pede a atenção do público para o palco. Em noite de actuação de Forest Swords (e contrariando um ou outro espectador menos informado), sobe ao palco o português José Alberto Gomes, para apresentar o seu projecto unipessoal Blac Koyote.

Munido de mesa de mistura e (dois) portáteis, Blac Koyote brinda a audiência com uma mistura de sonoridades de cariz minimalista e introspetivo, acompanhada de animações visuais coordenadas pelo próprio artista durante o concerto. Ao longo de meia hora, passam na tela elementos diversos, que vão desde efeitos abstratos a filmagens da cidade do Porto e atividades rurais. Terminada a atuação, fica o aquecimento feito para o ato principal e uma impressão positiva face ao trabalho do artista nacional.

Quem se segue é Forest Swords, nome pelo qual é conhecido o produtor britânico Matthew Barnes. Autor do EP Dagger Paths (2010) e do álbum de estreia Engravings (2013), o artista tem conquistado inúmeros fãs e críticos musicais no panorama eletrónico alternativo. Nos momentos que antecedem a sua entrada em palco, o aparato que vai sendo montado denuncia que Matthew Barnes não vem sozinho: a costumeira mesa de mistura está encostada à esquerda do palco e há espaço que sobre para um baixo eléctrico.

Forest Swords inicia o espetáculo com uma faixa que lhe permite dar largas ao domínio espontaneo dos comandos electrónicos. Nesta introdução, como nos temas seguintes, Matthew Barnes merece nota alta na manipulação de elementos sonoros no momento. Logo a seguir, confirmam-se as suspeitas e entra em palco James Binary, baixista que tem acompanhado Barnes nas suas atuações ao vivo. Sem introduzir novidades de maior face às produções de estúdio, Binary confere à atuação um carácter orgânico que frequentemente se perde em concertos do género. Este sentimento é reforçado pela presença de Barnes à frente da mesa de mistura: o músico acompanha a atuação com movimentos sinuosos nas cadências do r’n’b / trip hop / dub e, em alguns temas, não abdica de pegar na guitarra elétrica para acompanhar os ritmos programados com linhas mais melódicas tocadas ao vivo.

O público demonstra notória satisfação ao longo de todo o concerto, com ovações pronunciadas nas faixas mais cativantes de Engravings (“The Weight of Gold”, “Irby Tremor”, “Thor’s Stone”, “Ljoss”). Tal como nas produções em estúdio, não deixa de impressionar a “marca” Forest Swords presente tema após tema, por mais elementos improváveis que o artista conjugue: são pianos clássicos, vozes femininas alteradas, teclados sintetizados, cordas e percussões tribais, sonoridades jazzísticas.

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Entre faixas, Forest Swords agradece a presença do público naquele que é, nas suas palavras, o seu quinquagésimo espetáculo do ano. No final, ouve-se um e outro espetador afirmar que o concerto “foi curto” (durou pouco mais que uma hora): o público terá sentido que a presença valeu a pena.

 

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