Home Música & Espectáculos Concertos Hans Zimmer – Uma Jornada Épica Pela Música Do Cinema

Hans Zimmer – Uma Jornada Épica Pela Música Do Cinema

Reportagem de Tânia Fernandes e Vânia Marecos

Hans Zimmer, o músico que enaltece o trabalho de outros artistas provou, mais uma vez, que o seu trabalho tem grandiosidade para brilhar fora do contexto para o qual foi criado. Assim o podem confirmar todos os que assistiram ao concerto de quase três horas este sábado, na Altice Arena, de lotação completamente esgotada.

O espetáculo é dividido em duas longas partes, constituídas por blocos de temas feitos para filmes conhecidos. No entanto, não há uma única imagem dos filmes originais. Todo o grande espetáculo de luzes imagens e sons, faz-se de elementos que identificam esses filmes. A qualidade da definição das imagens, nos ecrãs é irrepreensível. Quase real. Fomos assim quase banhados de violentas ondas, durante a apresentação das músicas de Os Piratas das Caraíbas, mas também pairámos num universo de estrelas – potenciado pela gigante bola de espelhos – colocada no centro do recinto da Altice Arena em Interstellar ou desafiámos as nuvens no céu em Top Gun.

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As digressões de Hans Zimmer são conhecidas por proporcionar uma experiência visualmente deslumbrante e imersiva. A música, sincronizada com a iluminação e as imagens de vídeo aprimoram a experiência dos espectadores. Esta noite de sábado, deu-nos a conhecer novos arranjos de partituras clássicas.

O próprio Hans Zimmer foi o anfitrião, esta noite. Simples na sua aparência e trato, complexo na genialidade do trabalho que apresenta. Antes de cada sequência de musicas, faz questão de apresentar o elemento da banda que nele se evidencia e dá ainda mais enfase ao talento de quem o acompanha.

Em Lisboa, a viagem começou com “House Atreides” de Dune, seguida de “Mombasa” de A Origem. Na primeira intervenção ao público o músico pede desculpa por não falar a língua local e avisa que não vai sequer tentar para não a estragar. E começa por apresentar Tina Guo, a violoncelista que trabalhou com o músico em muitos dos seus mais conhecidos trabalhos. Foi a estrela na recriação dos temas de Mulher Maravilha, com um brilhante solo no seu violoncelo elétrico. Um verdadeiro hino de guerra à altura da nobreza da personagem.

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Guthrie Govan é um músico inglês que já foi eleito pelo Guitarist Magazine’s como “Guitarrista do Ano”. Antes de Hans Zimmer o apresentar ao público, demonstra a sua admiração pelo artista em palco, ao pegar numa cadeira e sentar-se em frente a ele, a assistir ao seu solo, de posição alinhada com o público.

O concerto continuou para uns dos seus temas mais conhecido, que integram o filme O Gladiador. Lisboa recebeu aqui uma convidada muito especial: Lisa Gerrard, cantora australiana que se distingue pela sua voz única e emotiva. A artista é muito conhecida do público português por ser também vocalista do grupo Dead Can Dance. Este projeto foi muito popular na década de 80 e combina elementos de música folclórica, música medieval, música eletrónica e rock. Além de cantora, Lisa Gerrard é também compositora e música.

Outro elemento que se destaca nesta super banda é Pedro Eustache, uma espécie de encantador de serviço. O multi-instrumentista venezuelano especializado em instrumentos de sopro foi também estrela em vários momentos do concerto, com a sua flauta.

A primeira parte terminou com uma violenta tempestade em palco e também na plateia, de temas épicos de Os Piratas das Caraíbas. O forte uso de tambores e instrumentos de percussão, violinos e outros instrumentos de cordas na composição desta banda sonora foi, na altura, muito elogiado pela crítica pela sua originalidade e capacidade de capturar o espírito dos próprios Piratas.

Depois do intervalo levantámos voo com Top Gun, atravessámos o Oriente com O Último Samurai, passámos para um universo psicadélico de luzes de Batman e X-Men: Fénix Negra fomos a áreas menos comerciais de Dunkirk, assistimos a um dos momentos mais belos de viagem espacial em Interstllar e aterrámos num dos momentos mais populares do concerto: O Rei Leão. O abraço que Hans Zimmer deu no final a Lebo M (Lebohang Morake, o conhecido cantor e compositor sul-africano) foi sentido por todos os que assistiram. É aquela voz mais reconhecida do mundo, de uma abertura de música e que todos carregamos no coração. É uma experiencia quase transcendental, de assistir ao vivo. Muito tribal e cheia de boa energia.

Hans Zimmer foi o compositor da banda sonora do filme 007: Sem Tempo Para Morrer, lançado em 2021. Foi com esse tema que abriu o encore.

Seguiu-se aquele momento de pura magia com que costuma fechar os concertos “Time” de A Origem. “Time” é uma música instrumental que apresenta um piano suave e emotivo, acompanhado por um violoncelo e uma orquestra que cresce gradualmente em intensidade. Recorre a padrões rítmicos complexos, que contribuem para a sensação de tensão e urgência que acompanha todo o filme. No final vai perdendo também gradualmente intensidade, mas na cabeça de quem assiste, todos os elementos continuam presentes. É como se a música tivesse entrado na cabeça, e mesmo que deixe de ser tocada, continua  a fazer-se ouvir.

Para quem perdeu esta oportunidade, já há nova data de concerto agendada para 2024. The World Of Hans Zimmer traz A New Dimension à Altice Arena, a 27 de abril de 2024.

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