E o sonho de menino, de Serpa, tornou-se realidade, nas Portas de Santo Antão em Lisboa. Depois de inúmeros êxitos, Filipe La Féria estreou finalmente o musical LAURA, que homenageia a atriz Laura Alves, apelidada da rainha da comédia portuguesa, a sua atriz preferida.
Mas afinal quem foi Laura Alves e porquê fazer um espetáculo sobre ela e sobre a sua vida? Que importância teve e tem? É isto que Filipe nos responde ao longo de quase 3 horas, num musical emotivo, nostálgico mas ao mesmo tempo com momentos de boa disposição, ao estilo do seu outro grande sucesso: Amália.
A peça começa na véspera da demolição do Teatro Monumental em Lisboa, (cerca de 1984), é uma já idosa e cansada Laura Alves, sozinha, que vemos em palco, no seu teatro a despedir-se dele, a relembrar os êxitos, e as alegrias que ali viveu.
A partir daqui, iniciamos uma viagem pela memória e vida de Laura, mas também pela história do Teatro Português, de Lisboa e um pouco de Portugal.
Nascida em 1921, no seio de uma família pobre, no meio de 6 irmãos, Laura cedo mostrou características que era diferente, e com uma queda para a comédia, estreou-se no palco, numa peça de teatro amador, e nunca mais parou até 1982, altura em que se retirou, tendo falecido alguns anos depois em 1986.
Pisou alguns dos maiores palcos nacionais da época, como o Politeama, o Nacional, o Capitólio ou o Monumental, fez cinema, rádio, e até publicidade. Trabalhou com alguns dos maiores nomes do panorama artístico nacional como Ribeirinho, João Villaret, Paulo Renato, Ruy de Carvalho, Palmira Bastos, entre tantos outros. Casou duas vezes – uma com o aspirante ator de cinema e posteriormente empresário Vasco Morgado – o seu grande amor, e outra com o maestro Frederico Valério (um amor vivido em dois atos).
Grande estrela, rainha da comédia, mulher, mãe, esposa e atriz – é esta Laura que Filipe La Féria nos apresenta e nos dá a conhecer, neste grandioso musical, que tem como protagonista a jovem Sissi Martins – aqui com uma grande responsabilidade, mas que prova ser a escolha certa para o papel, no papel de Laura Alves. Rui Andrade é o elegante e sedutor Vasco Morgado, já Filipe de Albuquerque é Frederico Valério – o único maestro português a trabalhar na Broadway, e imortal em tantas músicas e fados.
Luís Garcia é o galã Paulo Renato e Rúben Madureira é Ruy de Carvalho e Ribeirinho, e Paula Sá dá corpo e voz à grande Palmira Bastos. João Frizza é João Villaret, Sara Cabeleira é Milu, Rosa Areias (a fiel Teresa), Jonas Cardoso, Élia Gonzalez, Paulo Miguel Ferreira, Andreia Ventura, Benedita Borges, Maria Gomes, Leonor Duque, Sara Esteves, Margarida, Maria Parreira, Mel Barbosa, Luna Duarte, Lara Sousa, Luísa Bacalhau e também Maria Inês Gomes que interpretará o papel de Laurinha, compõe o restante elenco.
Mais um corpo de baile extraordinário – com 16 elementos, coreografado por Marco Mercier, uma orquestra dirigida por Miguel Teixeira que executou a partitura de Filipe La Féria e Miguel Amorim, com a direção vocal de Tiago Isidro e Daniel Galvão, são o resto de uma grande equipa, que faz desta Laura uma grande produção e prevê-se um grande sucesso.
Uma pequena curiosidade, é que depois de vários pequenos apontamentos em outros espetáculo, como Passa Por Mim No Rossio, em que Rita Ribeiro interpretou Laura Alves, Filipe La Féria apresenta finalmente Laura – O Musical no Politeama, que fica na Freguesia de Santo António, na mesma altura que o seu neto, Vasco Morgado é o Presidente da Junta de Freguesia (coincidências da vida).
Uma grande produção, classificada para maiores de 12 anos. As sessões decorrem de quarta a sábado, às 21h00; e aos sábados, domingos e feriados às 17h00. Os bilhetes estão à venda no local e online e custam entre 10 e 35 euros.
