Home Música & Espectáculos Concertos Lisboa Foi A Primeira Cidade A Ver E A Sentir O Novo...

Lisboa Foi A Primeira Cidade A Ver E A Sentir O Novo Espetáculo De Tate McRae

Tate MCRae @Elizabeth Saravo

Foi com a imponência de dois guindastes amarelos, uma passarela em T que rasgava o público ao meio e um jogo de luzes e vídeo digno dos maiores palcos mundiais que Tate McRae deu início à sua digressão europeia Miss Possessive, esta quarta-feira, na MEO Arena, em Lisboa. A cantora canadiana, que se afirmou como uma das figuras mais influentes da nova geração da pop, apresentou um concerto onde a alta tecnologia, a performance física e a sensualidade se fundiram num espetáculo que não desiludiu os fãs.

Tate McRae tem apenas 21 anos, mas já carrega uma carreira impressionante: começou como bailarina profissional, aos 13 foi finalista no programa So You Think You Can Dance, e tornou-se viral no YouTube em 2017 com “One Day”. Desde então, assinou com a RCA Records, lançou três álbuns — o mais recente, So Close to What, saiu em 2025 — e conquistou os tops internacionais com temas como “Greedy” e “Sports Car”. Lisboa foi o ponto de partida para 50 concertos agendados entre a América do Norte e a Europa, e os fãs portugueses foram os primeiros a assistir ao novo alinhamento e a múltiplas estreias ao vivo.

Antes do espetáculo, os altifalantes deixaram clara a faixa etária do público, maioritariamente adolescente, que cantaram os temas de Olivia Rodrigo (“So American”) e Gracie Abrams (“Close to You”). Quando as luzes se apagaram, surgiu no ecrã uma regie a mostrar imagens do público em direto. No backstage a silhueta de Tate observava tudo e enfurecia-se com a proximidade de alguns bailarinos. Subiu então a uma plataforma elevada e iniciou o concerto com a enérgica “Miss Possessive”, seguida de “No I’m Not in Love” — dois temas apresentados ao vivo pela primeira vez.

Em palco, além dos bailarinos, estavam apenas um baterista e um guitarrista. A artista canadiana surgia vestida com um corpete de cetim branco, entre fumo, luzes e coreografias cheias de energia. Manteve o ritmo com “2 Hands” e “Guilty Conscience”, esta última acompanhada de um vídeo provocador que mostrava Tate ao telefone numa varanda, despindo-se até ficar em roupa interior. Um dos momentos mais sensuais da noite foi a interpretação de “Purple Lace Bra”, que contou com um número de pole dance, seguido de “Like I Do”, “Uh Oh”, “Dear God” e “Siren Sounds”.

Tate McRae
1 / 6

Um dos momentos mais memoráveis aconteceu quando Tate se deslocou para um pequeno palco no fundo da arena. Os fãs, preparados, acenderam os ecrãs verdes dos seus telemóveis para o tema “Greenlight”. A euforia foi tal que, no final da canção, a gritaria atingiu níveis ensurdecedores. Ainda neste palco secundário, que se elevou no ar, estreou mais um tema: “Nostalgia”, num ambiente mais íntimo, iluminado pelas luzes dos telemóveis.

Num dos segmentos mais emotivos da noite, a artista sentou-se ao piano e revelou um lado mais cru da sua arte. “Vou fazer uma coisa que nunca fiz”, anunciou. Partilhou memórias da adolescência e das primeiras composições que agora ganhavam vida ao vivo, pela primeira vez. Tocou “That Way” canção que escreveu aos 17 anos, “Chaotic” que acompanhou a sua mudança para Los Angeles aos 17 anos e “One Day” a primeira que publicou online.

A ligação com o público intensificou-se quando pediu para levantarem os telemóveis antes de “You Broke Me First”, um dos seus maiores êxitos, seguida de “Run for the Hills”. A artista regressou depois ao palco principal, e continuou com a sua atuação de espetáculo pensado para ecrãs: planos coreografados, molduras de luz a destacar os bailarinos e teatralização constante.

O alinhamento final incluiu “Exes”, “Bloodonmyhands”, “She’s All I Wanna Be”, “Revolving Door” e “It’s Ok I’m Ok”. O clímax foi anunciado por uma contagem decrescente de um minuto, seguida de solos individuais dos bailarinos e uma explosão de energia em palco. O fecho do espetáculo trouxe os temas mais esperados: “Sports Car”, interpretado num sussurro que atravessou a arena como uma confidência, e o hino pop “Greedy”, que terminou entre ventoinhas, cabelos ao vento e gritos de histeria.

Lisboa recebeu, em primeira mão, um concerto que traz música, mas também dança e uma forte componente cinematográfica.

Para os milhares que encheram a MEO Arena, esta foi uma noite em que se assistiu, ao vivo, ao futuro da pop a ganhar forma.

SEM COMENTÁRIOS

Deixe uma Resposta

Please enter your comment!
Insira o seu nome

Exit mobile version