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Mexefest – A Romaria Da Música Está De Volta À Avenida Da Liberdade

Reportagem de Tânia Fernandes (texto e fotografia) e António Silva (fotografia)

“Onde é que podemos comprar bilhetes para entrar aqui?” perguntavam-me duas espanholas, de olhos pregados no Cinema São Jorge, entusiasmadas com o movimento e com os sons que escapavam da sala de Lisboa. Desenhei-lhes a decepção no rosto com um “Não podem. Está esgotado”. A animação que percorria era a Avenida da Liberdade, na primeira noite de festival Vodafone Mexefest, era contagiante. Mais uma vez, a provar que há publico para todos os ritmos, do cante alentejano, ao hip hop, passando por sonoridades mais independentes e alternativas.

O grupo era numeroso e as idades dos artistas, a olho, pode-se dizer que iria dos 9 aos 90. Pelas 19h30, o Cante Alentejano reuniu uma plateia considerável de pessoas, na Casa do Alentejo. Reconhecido em todo mundo, o Cante Alentejano, identidade cultural da região e considerado, pela UNESCO, em 2014, Património Imaterial da Humanidade, teve também o seu espaço no Vodafone Mexefest.

Depois, fogo à peça, com os Fogo Fogo na sala do mesmo espaço. Recinto pequeno, para tamanho entusiasmo do público. O projeto é de Francisco Rebelo (baixo), João Gomes (teclas), Márcio Silva (bateria) e Danilo Lopes e David Pessoa (vozes/guitarra) e combina sonoridades de África que apelam à dança, difícil de concretizar pela enchente de pessoas.

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Concerto fervilhante marcou também a apresentação de IAMDDB no Capitólio. A artista de Manchester trouxe uma mensagem forte que conseguiu convencer quem empregou o seu tempo neste espaço. O Vodafone Mexefest ao trazer artistas emergentes, promove também a descoberta de novas sonoridade e faz de intermediário entre ouvintes de música e novos criativos.

No Palácio Foz o nervosismo dos Tomara era evidente. O projeto de Filipe Monteiro teve estreia neste festival e mostrou um som romântico e sofisticado, em consonância com o espaço. Filipe trouxe também dois convidados de peso: Samuel Úria e Márcia que o acompanharam em “House”.

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Há carros a dar boleias para a zona norte de Avenida, mas há outra experiência imperdível neste festival urbano: o Vodafone Bus, que na primeira noite foi tomado pela loucura dos El Señor.

Enquanto o Coliseu se começa a agitar com a eletrónica bastante visual, acompanhada de imagens pop dos Washed Out, o Capitólio está entregue às mãos de Oddisee. O rapper de Washington DC aborda temas como as desigualdades sociais e de género. Foi a sua estreia em Portugal e deixou boa impressão junto do público.

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No cinema São Jorge, só quem chegou antes da hora marcada é que conseguiu mergulhar no ambiente etéreo de Surma. Com uma panóplia de instrumentos muito próprios a artista Débora Umbelin mostrou o seu projeto único, que a tem levado a tocar pelo mundo fora. Sozinha em palco, ela percorre teclas, voz, cordas, pedais e botões, e expande-se no universo musical.

A palavra alternativa assenta bem ao que se ouve na garagem Epal. Acordes de órgão e poemas compõe o projeto musical Primeira Dama, do artista Manel Lourenço, a que se segue outro cantautor: Hak Baker.

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Destroyer era um dos nomes esperados da noite. Dan Bejar entrou em palco com duas latas de cerveja e um copo, que pousa na base do microfone e é dali que vai sorvendo energia ao longo do concerto. Sem fazer grande festa com o público, a banda de Vancouver trouxe um indie rock que agradou.

No Tivoli a fila estende-se pela avenida abaixo. A sala está lotada e são muitos os que esperam um lugar para assisitir ao concerto de Manel Cruz. Nos últimos dois anos, o artista com Nico Tricot, Edu Silva e António Serginho, apresentou Estação de Serviço, um projeto que entretanto evoluiu para Extensão de Serviço e que continua a captar a atenção do público.

No Capitólio A palavra é dada a Valete. O regresso do rapper aos palcos nos tempos mais recentes anda a prometer nova edição. Até lá os fâs têm marcado presença, em força, nos seus concertos, como aconteceu esta noite.

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Samuel Úria foi uma das estrelas deste festival. Na sua atuação, no São Jorge, mostrou Carga de Ombro e teve como convidadas, em palco, duas estrelas da música portuguesa: Gisela João e Ana Bacalhau.

O maior recinto do festival ficou lotado com a atuação dos Orelha Negra. Começaram camuflados pelas imagens tridimesionais projetadas em tela e revelaram o que trazem de mais importante: uma musica quase cinematográfica, sem caras ou vedetas para a promover. Um êxito que cresce pela qualidade do essencial: a música.

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O Festival Vodafone regressa à Avenida da Liberdade hoje, depois do por-do-sol. Os bilhetes já se encontram esgotados.

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