“Tudo o que daqui levarem, acreditem que vai ser feito com muito amor” , avisou Dino D’Santiago ao abrir o palco principal do terceiro dia do festival. A entrega e a autenticidade do artista rapidamente contagiaram a plateia que, ao calor, dançou ao som do beat africano que o artista trouxe. Dino pediu para “agitar a casa” e o público courense assim o fez, de tal maneira que o artista viu-se obrigado a descer e a saltar com o público.
Geordie Greep entrou em palco com uma certa arrogância que permaneceu durante a maior parte do concerto. No público, os fãs eram alguns, que iam cantando e reagindo a todas as provocações do artista. O jazz, os mil e um sons ao mesmo tempo e o ritmo acelerado de Geordie Greep mantiveram-se estranhos para muitos, e completamente magnéticos para outros, num concerto que manteve sempre toda a gente com, pelo menos, um pé a bater na terra.
Ao anoitecer, foi a vez de Black Country New Road encantar o público de Coura. Com as vozes, as harmonias e musicalidade em destaque, deram a conhecer o “Forever Howlong”, álbum lançado este ano. A banda inglesa, conhecida pelo som folk e experimental, coube que nem uma luva em Paredes de Coura, protagonizando um daqueles concertos que marcam: foram hipnotizantes, belos e de alta (bem alta) qualidade.
King Krule regressou a Paredes de Coura com mais maturidade e qualidade, mantendo os maneirismos de há 7 anos. De 30 anos e agarrado à sua guitarra, proporcionou o concerto da noite. E o manto de gente provou isso. “Out Getting Ribs” e “Easy Easy” foram, facilmente, as mais aguardadas e, nos momentos certos, os tão conhecidos moches iam-se soltando, quase como se o público sentisse uma certa saudade. Era mesmo um concerto assim que estávamos a precisar, para dar mais um check na lista de atuações desta edição: algo cru, potente e com a quantidade perfeita de melancolia – e escolheram o rapaz certo para o conseguir.
À medida que se aproximavam as horas para o último concerto da noite, o público tentava descobrir qual o próximo passo: ficar e conhecer Mk.gee ou abandonar. A verdade é que a divisão foi notória e, ao longo do concerto, os fãs colavam-se às grades e, os menos interessados, iam desistindo. Mk.gee foi o eleito para fechar o palco principal – arriscado, devido ao desconhecido – e com ele trouxe um espetáculo em torno da sua guitarra, das luzes e do fumo do palco. Muito experimental e um pouco esquisito, deixou vários indignados e a tentar decifrar o que ali aconteceu. Como eu fiquei.
Memória de Peixe, Cassandra Jenkins e Bar Italia atuaram no palco secundário, juntamente com Lambrini Girls e La Jungle. Ela Minus e Jersey estiveram encarregues de entreter os mais fortes que ficaram até ao fim.
