11 anos passaram desde que a banda deixou os palcos, mas o tempo parece que não passou. Foi num ambiente intimista, entre amigos, e muito animado, que os Santos & Pecadores fizeram o seu regresso aos palcos, primeiro a Norte no Coliseu do Porto e ontem à noite, em Lisboa, no Campo Pequeno.
As Canções de Amor dos Santos & Pecadores foi o mote do concerto, inserido no Festival Montepio Às Vezes O Amor!. E foi perante uma plateia muito ansiosa, e ao som de um coração a bater, que os cinco músicos (e restantes elementos) entraram em palco ontem à noite, e fizeram a festa non stop durante cerca de duas horas.
“Superstar”, “Onde Estás”, “Faz-me Voar” e “Tela” foram os primeiros temas da noite, com o público a reagir de forma muito animada.
Olavo Bilac (voz), Pedro Cunha (bateria), Pascoal Simões (teclas), Artur Santos (baixo), Pedro Almeida (guitarra), Iuri Oliveira(percussão), Rui Fernandes (saxofone) e Paulo Ramos (trompete) não pararam e deram provas de uma “eterna” juventude.
Já vai longe, o ano de 1987, em que a banda surgiu em Cascais, mas a alegria e a cumplicidade entre os Santos parecia inalterável e essa energia passou para a plateia e contagiou os presentes.
Seguiram-se temas como “Tela”, “Quando Se Perde”, “Olhar Para Trás”, “Lua Cheia” e “Destino”.
Depois, um dos momentos intimistas da noite com o tema “John Big Dream”, seguido de um dueto com a única convidada da noite: Katia Guerreiro, que juntamente com Olavo Bilac recriou um dueto realizado há 14 anos atrás. “Perdas” celebrou acima de tudo a amizade.
Fiz-me na noite
actor principal
entrei numa peça,
nem sei bem qual.
Hoje sou o amante
que te vê dançar.
Amanhã o errante
que te vai deixar.Não, não voltarei a ser fiel, fiel.
“Fiel” mostrou continuar a ser um dos hinos da banda, com o público presente todo a acompanhar com palmas e a cantar, num momento muito emotivo, de homenagem ao ex-saxofonista e percussionista do grupo, Rui Martins, falecido em 2021.
A viagem pela discografia da banda continuou com “Caixa dos Segredos”, “Saber de Ti” e outro tema icónico: “Fala-me de Amor”, com grande ovação por parte do público.
E à medida que o concerto se ía aproximando do fim, o público mostrava-se cada vez mais animado e a banda imparável. Sempre a interagir com os presentes, Olavo perguntou: “Estão prontosss?” E o público respondeu afirmativamente, e abriu-se a pista de dança.
“Deixa Andar” e “Energia”, tema do álbum homónimo de 2010, fizeram as honras, entre o ritmo animado das congas e o som metálico do saxofone, conduzindo a um icónico “Momento Final”.
Em nome dos Santos & Pecadores, Olavo Bilac agradeceu a presença do público: “Obrigada por terem vindo e mantido estas canções vivas”, e partilhou ainda que: “É o maior prazer para um músico estar aqui neste palco e fazer música portuguesa. Obrigado Lisboa”.
Na despedida, o público não arredou pé e a banda regressou. Para o encore, ficaram guardados os temas “Miss Solidão”, “Horas de Prazer” e “Leva-me a Dançar”, que fechou com clima de festa o concerto, transformando o Campo Pequeno numa gigantesca pista de dança.
Uma grande noite de música, num ambiente revivalista e intimista, entre amigos, onde pareceu que o tempo não passou. E foi um grupo agradecido e visivelmente feliz que se despediu do Campo Pequeno.
Foi “Buéda bom!” – como disse Olavo Bilac.
A festa vai prosseguir com a digressão Fala-me de Amor, e promete continuar (como a banda confidenciou ao CH Magazine), para gáudio dos fãs.
No meu momento final
Sei que tenho um lugar
Onde um santo e pecador
Pode enfim descansar
