Santos Da Casa Fazem Milagres Na Caparica

Reportagem de Tânia Fernandes e António Silva

Foi com os nomes da terra que O Sol da Caparica, lotou o recinto. Xutos & Pontapés e Carlão foram as grandes atracões da segunda noite de festival, onde também se destacaram os concertos de Carlos do Carmo, Virgul, Djodje e Bispo.

Bispo, o jovem rapper da linha de Sintra provou, ser já um fenómeno bem conhecido dos mais jovens. Na abertura do primeiro palco, no segundo dia de Festival, Bispo trouxe uma legião de fãs que não só acompanhou o concerto com emoção como, no final, fizeram longa fila para cumprimentar o artista, em backstage. Trouxe os temas de Fora d’Horas, o trabalho que lhe deu notoriedade.

Foi entre rimas e batidas que a tarde continuou com a atuação de Holly Hood. Mais uma vez, muito publico jovem e conhecedor do trabalho deste homem da linha da Azambuja. Juntou-se-lhe em palco o colectivo de talentos que é a etiqueta Superbad. “Qualquer Boda”, “Spotlight” dedicado à mãe e “Ignorante” foram alguns dos temas que trouxe ao Sol da Caparica.

Do Porto chegaram os Dealema, uma superbanda que reúne ilustres nomes do hip hop: Fuse, Mundo Segundo, Ex-Pião, Maze e Dj Guze. Este palco continuou a parecer pequeno para o número de pessoas que ia chegando e estacionava. De braços no ar, o público acompanhou o ritmo com vigor. Ouviu-se o clássico dos clássicos “Brilhantes Diamantes”, “Provavelmente”, “Bairro” (a soar tanto a “Cairo” dos Taxi) e “Nada Dura para Sempre”. Pelo meio, uma forte mensagem pacifista “toda a gente com dois dedos no ar! Paz para todos!” e um forte apelo à união pela música: “A música tem um poder só e um poder que nos une”.

António Zambujo abriu o palco principal, em ambiente de chill out, com um concerto intimista. Trouxe um espetáculo em que canta Chico Buarque. Sem confusão, sem gritos ou grandes manifestações. Simplesmente deu boa música a quem chegava.

Carlos do Carmo num festival de verão? Sim, a figura maior do panorama de fado, com mais de 50 anos de carreira atuou no festival O Sol da Caparica e envolveu os presentes com as suas canções mais conhecidas. Para o final, deixou uma surpresa, com uma remistura de “Canoas do Tejo” e “Lisboa Menina e Moça”, temas que atravessam gerações e que todos sabem cantar, como se provou neste início quente de noite. Seguiu-se, neste palco, Mafalda Veiga que apresentou o seu mais recente trabalho Praia.

Djodje, cantor de kizomba afropop arrebatou do outro lado do recinto. Entre “tirópédochão” e “quicoisalinda” o artista cabo-verdiano teve uma receção muito calorosa da parte do público, que cantou, filmou e gingou a anca ao som dos seus temas.

Seguiu-se Virgul, que deu continuidade ao registo de baile, para depois dar o salto até aos anos em que integrou os Da Weasel, com um medley de êxitos da banda de Carlão. Rodeado de bailarinas vaporosas, ou com um ar mais duro, o artista apresentou alguns dos seus novos temas, e reinterpretou outros conhecidos. Ouviu-se “I Need This Girl”, “Can You Feel It” e “Let Me Hold You (Turn Me On)” (de Cheat Code).

A animação subiu de tom com um convidado muito especial: Janelo, dos Kussunsdulola. “Perigosa” e “Pim Pam Pum” trouxeram o reggae para o recinto.

Carlão era um dos nomes esperados da noite, um regresso a casa, numa espécie de convívio entre amigos. “Entre o Céu e a Terra” e “Aguenta Coração” abriram o concerto. Com palavras chave escritas no ecrã de fundo, Carlão percorreu o palco com a sua energia habitual. A marcar este concerto especial, convidou Manel Cruz (Ornatos Violeta) para interpretar “Casa”. Pela segunda vez na noite, recordou-se a música dos Da Weasel.

No curto alinhamento possível, ouviu-se ainda “Uma Vez É Demais”, “A Minha Cena”, “Na Batalha” e “Viver Para Sempre”. Para fechar esta apresentação, Carlão trouxe a versão que os Buraka Som Sistema fizeram de “Dialetos de Ternura” dos Da Weasel. Uma festa atuar em casa, sempre!

Dois “X” a ladear o palco são a assinatura da mais conhecida banda de Almada. Os Xutos & Pontapés regressaram ao Sol da Caparica com um concerto cheio de emoção. Mostraram que com 40 anos de carreira continuam cheios de vitalidade e com capacidade para fazer vibrar o público. Selecionaram, para esta noite, alguns temas a condizer com o ambiente: “Mar de Outono”, um tema novo, nunca tocado antes, como explicou Tim, seguido de “Remar, Remar”, e “Mergulho no Mar”. “Mundo ao Contrário”, “Ai se Ele Cai” e “Dia de São Receber” foram outros dos temas escolhidos.

Em encore, alinharam-se em meia lua, para mostrar um bocadinho do último trabalho acústico. Os acordes de “Homem do leme” puxaram um gigante coro de vozes do público, que se prolongou para “Circo de Feras”. Encenaram uma despedida com “Contentores” para regressar com “Casinha”, para Tim, um orgulho ter sido escolhida para tema da Seleção Nacional de Futebol.

Em noites muito especiais, como esta, há direito a um tema extra: “Para Sempre”, do filme Tentação.

O Sol da Caparica abre porta hoje às 16h00 para mais um dia de música com a presença de Matias Damásio, Teresa Salgueiro, Trovante e Manel da Cruz, entre outros. Os bilhetes encontram-se à venda no local e custam 15 euros.

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