Até 1 de junho os Artistas Unidos recebem o Teatro da Cidade para a apresentação, em Lisboa, de A Missão de Heiner Müller. Um espectáculo do Teatro da Cidade e a última estreia do Teatro da Politécnica.
A Missão – memórias de uma revolução é um texto maior do que qualquer um de nós. Tem a força de uma interrogação que lançamos para o mundo. Desestabiliza-nos como um enigma. É um texto feito da matéria de que são feitas as grandes obras – e, por isso, dialoga intimamente com o nosso presente. Neste texto está a Revolução Francesa, a Revolução do Haiti e a Revolta de escravos na Jamaica, mas também a invasão da Ucrânia pela Rússia e o conflito na Faixa de Gaza. Neste texto está a legitimidade de se assumir certas lutas, tomar certas decisões, e representar certas peças. A Missão é um texto maior do que qualquer um de nós, e é a isso que a encenação coletiva do Teatro da Cidade procura responder. Numa peça cheia de ambiguidades e que não se mostra como tendo uma forma certa de pôr em cena, este espetáculo é sobre o confronto com a nossa própria incapacidade de enfrentar as missões que mudariam o mundo, e ao longo da vida, por cansaço, condição ou condicionamento, quase nunca por convicção, as deixamos escapar. Müller dá-nos por palavras, cheio de perigo, o terreno da inércia, da superficialidade, da mera sobrevivência. Num texto que já não é didático, mas um encontrão.
A interpretação está a cargo de de Bernardo Souto, Danilo da Matta, Guilherme Gomes, João Reixa e Nídia Roque e a encenação é colectiva do Teatro da Cidade.
A peça está em cena de terça a quinta, às 19h00, e sexta e sábado, às 21h00.
Os bilhetes estão à venda online e no local, e custam 10 euros.
