O Teatro Experimental de Cascais apresenta a peça O Encoberto, de Natália Correia, no Teatro Municipal Mirita Casimiro, amanhã, 11 de julho.
O Encoberto conta a história de um ator, Bonami, que se faz passar por D. Sebastião. Apesar da narrativa ter o mito Sebástico como tema centralizador, Natália Correia não confinou a ação histórica à crise dinástica de 1580. Pelo contrário, o reinado filipino funciona apenas como paisagem simbólica da obra, uma vez que este se desvanece na intemporalidade do mito para dar espaço ao desenvolvimento de uma ação sobre um povo que vive numa situação de privações, impossibilitado de governar a sua própria vida. A peça de Natália Correia escrita em três atos, transporta-nos a várias dimensões de metateatralidade, onde o tempo verbal aproxima o histórico do atual. Alimentado pela ironia, o texto tem uma certa ambiguidade, à medida que trabalha com o tempo real, que é o tempo da representação, e o tempo abstrato, que é puramente imaginário. Escrito por vezes em forma de poesia, evidencia ainda mais o tom irónico do texto, pontuado pela encenação em momentos cantados e de cabaré. A ficção e os factos históricos misturam-se, cruzam-se à medida que a ação na narrativa se desenvolve. Natália Correia consegue reunir mito e realidade, vida e representação em simultâneo.
A peça conta com encenação de Ana Nave, dramaturgia de Miguel Graça, música original Manuel Paulo, e as interpretações de Luiz Rizo, Sérgio Silva, Teresa Côrte-Real, Aline Neves, Bárbara Chacôto, Bianca Leal, Bruna Gomes, Catarina Gueifão, Daniel Charola, Emília Santiago, Filipa Franco Garcia, Francisca Matos, Francisco Romão, Francisco Saavedra, Gabriel Lopes, Hugo Nabais, Isis Salgueiro, Janete Lina, Jorge Mota, Leonor Calheiros, Leonor Carranca, Leonor Marques, Luísa Lopes, Madalena Romão, Margarida Serrano, Margarida Tavares, Maria Leonor, Maria Manta, Mariama Djaló, Mariana Painho, Mariana Raminhos, Matilde Conchinhas, Max Coutinho, Megui Rodrigues, Mónica Rodrigues, Pedro Pequi, Rodri, Simão Machado, Tomás Mixão, Vitória Lavinny, Yara Solange (alunos finalistas da Escola Profissional de Teatro de Cascais)
A peça vai estar em cena até 27 de julho, de terça a sábado, às 21h00 e domingo às 16h00, com uma sessão reservada a uma conversa com o público, no dia 20 de julho e ainda uma sessão com Língua Gestual Portuguesa, no dia 26 de julho.
Os bilhetes estão à venda online e no local, e custam 15 euros.













