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Terão Os Elementos De Red Hot Chili Peppers Molas Nos Pés?

Reportagem de António Silva, Marina Costa e Tânia Fernandes

Super Bock Super Rock

Ou uma condição física invejável? A certeza da segunda não apaga totalmente a dúvida da primeira. Os Red Hot Chili Peppers foram o motivo da grande enchente da noite e durante hora e meia fizeram uma viagem pela história da banda. Os fãs intemporais, vestidos de cores vermelho e preto, mostraram-se satisfeitos com a prestação dos Red Hot Chili Peppers. Lotação esgotada no primeiro dia de festival Super Bock Super Rock.

O festival arrancou, de forma simbólica, na data em que se celebra o dia do rock. O primeiro dia esgotou há meses e, pela quantidade de t-shirts com o logótipo dos Red Hot Chili Peppers que dominava a moldura humana, não havia dúvidas quanto ao motivo da enchente.

Às doze badaladas, o Meo Arena estava lotado, com a plateia preenchida, a impossibilidade de entrar no primeiro balcão – cheio – assim como o segundo balcão, já com pessoas em pé, alinhadas, a preencher o espaço por cima das cadeiras. Impaciente, o público começou a fazer barulho e a reclamar a presença da banda. A entrada em palco dos músicos fez-se acompanhar de uma estrondosa ovação. Uma introdução, em modo de jam, deu uma ideia da tempestade de rock que iria atravessar o Meo Arena nos minutos que se seguiram. Flea, o baixista, é a alma da banda. Foi sempre ele a estabelecer a comunicação com o público e às primeiras notas que toca, passa uma amostra de toda a energia que tem. Os saltos consecutivos que dá, pelo palco, de pés juntos, joelhos ao peito e a uma altura considerável do chão, sempre sem deixar de tocar, são olímpicos!

“Can’t Stop” trouxe o vocalista Anthony Kiedis para o palco, que começa a disparar a sua música. Depois de um interregno de onze anos, a banda regressou a Portugal. The Getaway foi o álbum que chegou o ano passado, e do qual trouxeram “Dark Necessities”, “Go Robot” e “Goodbye Angels”, já em encore.
Mas a verdade é que continuam a fazer magia com temas como “Snow (Hey Ho)”, “Californication” ou “By the Way”. As grandes descargas de energia fizeram-se sentir, com intensidade, em “Aeroplane” e “Suck My Kiss”. Por várias vezes, vimos Flea, arrancar sons profundos e revoltantes de seu baixo, com o corpo inclinado para frente como se estivesse a ser eletrocutado.
Os Red Hot Chili Peppers fecharam com o grande hino do funk rock “Give It Away” e a promessa de um regresso em breve.

No outro lado, e no ingrato horário a coincidir com o início do nome grande do cartaz, The Legendary Tigerman apresentou os temas do novo disco que vai lançar no início do próximo ano. Misfit é o sexto disco da banda, foi gravado nos EUA, no Rancho de La Luna, na Califórnia. Paulo Furtado fez um trabalho em sintonia perfeita com os músicos que o acompanham, desligando da imagem de one man band. João Cabrita e o seu saxofone são sem dúvida um marco neste álbum. Convenceu quem se deixou ficar, debaixo da pala, a ouvir sonoridades mais cinematográficas.

3 / 6

Antes, os Capitão Fausto assumiram, neste festival, uma posição de destaque, ao tocar entre a New Power Generation e os Red Hot Chili Peppers. A banda trouxe o último trabalho: “Capitão Fausto têm os dias contados”, editado em 2016. Apresentaram-se em palco com um visual cuidado. De fato branco e chapéu de abas largas e redondas, Tomás Wallenstein cantou canções como “Os dias contados”, “Corazón” ou “Semana em semana”.

4 / 10

O Palco Super Rock abriu com a New Power Generation, a banda histórica que acompanhou Prince ao longo de mais de vinte anos. Apresentou-se com Bilal na voz e teve uma surpresa especial: Ana Moura, convidada a cantar “Little Red Corvette”, de Prince. Este concerto, celebrou a obra e legado de um dos maiores ícones da música. O público cantou e dançou ao tema de músicas como “Sign O The Times” e “Purle Rain”.

5 / 7

No palco EDP soaram as guitarras com The Orwells. Mario Cuomo, o vocalista, parecia um pouco ausente, a levitar numa dimensão alternativa e com sérias dificuldades em manter o equilíbrio em palco. Trouxeram os temas do seu recente álbum Terrible Human Beings, numa prestação pouco convincente.

6 / 8

O Palco LG no outro canto do recinto aqueceu ao som de Manuel Fúria e os Náufragos que nos mostraram o seu mais recente trabalho. “Calámos e dançámos”, perante estes músicos de um profissionalismo irrepreensível com canções e letras diretas, mostrando que a música é a forma mais simples de transmitir emoções.

Este palco fechou em grande com os Throes + The Shine que não deixaram ninguém sentado e que convocaram o público “guerreiro” a “fazer barulho”. Todos dançaram, com maiores ou menores preferências por este estilo musical. É fácil de perceber a razão que leva estes rapazes do Porto a rodar os festivais.

A abrir este espaço, os Minta & The Brook Trout trouxeram um conjunto de boas melodias, conduzidas pela voz harmoniosa de Francisca Cortesão.

A noite era de verão e foram muitos os que aproveitaram os espaços do recinto à beira Tejo. O ponto de paragem obrigatório para uma selfie é junto à Guitarra, a obra do artista Bordallo, feita com materiais retirados do lixo – a assinatura do autor – em homenagem ao festival.

O pontapé de saída do festival foi com Alexander Search, o novo projeto de Júlio Resende e Salvador Sobral. O reportório apresentado é baseado na poesia de Fernando Pessoa, escrita durante a permanência do poeta e escritor em Durban, na África do Sul e assinada pelo heterónimo Alexander Search.

Com o sol ainda a aquecer bem o recinto, as várias animações, entre um palco e o outro, eram a distração e o motivo para parar. Música de rua, caricaturista, stands de animação e os famosos gelados que refrescaram as hostes.

O Festival Super Bock Super Rock continua hoje, no Parque das Nações. Esta noite, os nomes maiores do cartaz são Future, London Grammar e The Gift. Os bilhetes para o dia de hoje encontram-se à venda nos locais habituais e custam 55 euros.

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