
Esta exposição, ao contrário do que o nome indica, não apresenta artefactos arqueológicos de um tempo distante e de uma geografia longínqua, mas sim peças que o artista recolheu, concebeu e fabricou ou mandou executar segundo as suas próprias indicações.
Pertencentes a vários tempos, várias épocas, as dezenas de obras apresentadas, de entre esculturas, moedas, objetos de culto e de uso, seguem métodos tradicionais de conversão pré-industrial, compondo-se de vidro, areia, bronze e madeira. O conjunto compõe um todo perdido, de elementos frágeis e raros com processos naturais de desgaste, de degradação, reportando não só à tradição escultórica dos dias de hoje, mas também a tratados sobre geometria, nomeadamente sobre rebatimento e projeção de sombras – ou mesmo àqueles outros que, nos séculos XIX e XX, pretenderam demonstrar uma quarta dimensão do espaço mediante complicados exercícios feitos a partir de objetos, designadamente cubos coloridos.
A exposição estará aberta ao público até 30 de janeiro com entrada gratuita, e pode ser visitada de terça-feira a domingo, das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 18h00.
Texto de Susana Sena Lopes