The Black Crowes

Uma harmonia de tons grisalhos compunha a plateia do Campo Pequeno, esta quarta-feira, à noite. Muitos cabelos compridos, a sublinhar a ideia de que o rock continua bem vivo, juntaram-se para celebrar os 30 anos de Shake Your Money Maker, o álbum de estreia dos The Black Crowes.

A noite começou com DeWolff, uma banda que merece atenção. Composta por três elementos, Pablo de Poel, seu irmão Luka van de Poel e Robin Piso, vêm da Holanda e fazem rock psicadélico. Com indumentárias negras a condizer, corte anos 70, calças à boca de sino, apontamentos de flores coloridas impõe-se em palco.

Percebe-se que estão a aproveitar bem a oportunidade de andar em digressão com os The Black Crowes, a quem não poupam elogios “uma das maiores bandas do mundo”. Abriram o concerto com “Night Train” para logo de seguida trazerem o mais recente tema lançado “Heart Stopping Kinda Show”. Em “Satilla Nº3 o vocalista surpreendeu, ao subir, com a guitarra, para cima da estrutura do teclista e ainda improvisaram um coro com o público, com o baterista ao microfone, antes de abandonarem o palco.

Seguiram-se os The Black Crowes, com entrada às 21h15. Talvez um terço da sala cheia, na sua grande maioria estrangeiros, alinhados com a onda rock dos tempos passados.
Um palco a condizer com o mood acolheu os seis elementos da banda e as duas cantoras e bailarinas do coro. Contava com um bar e um barmen, vestido a rigor, atrás do balcão, ao canto do espaço! Mais parecia um bar de passagem, da Route 66. O concerto começa com uma seleção da jukebox: o tema de Elmore James, de 1961 “Shake Your Money Maker”.

Muitos amplificadores a decorar e também muita distorção marcaram, em especial o início do concerto. Não pouparam em decibéis ao longo de toda a noite, mas nos primeiros temas tornava-se difícil distinguir a voz de Chris Robinson.

A banda norte americana de rock formada em 1984, em Atlanta, é conduzida pelos irmãos irmãos Chris e Rich Robinson. Para esta digressão, trouxeram a celebração dos 30 anos do primeiro registo: Shake Your Money Maker. Na verdade, os 32 anos, devido aos adiamentos provocados pela pandemia. O concerto seguiu assim o alinhamento do disco, com faixas mais rebeldes como “Struttin’ Blues”, “Thick N’Thin”, o hard rock clássico de “Twice As Hard”, “Jealous Again” ou as balada “She Talks to Angels” e “Seeing Things”.

Não houve grandes paragens, nem pausas para conversas de ligação. O concerto foi mesmo para abanar o esqueleto ao som dos riffs. Puro rock clássico, a fazer soar guitarras. A faixa etária já não convida a circle pit ou crowd surf. É mais noite de “copo de cerveja na mão” e muito “abanar de cabeça”.

Uma celebração de rock, que também incluiu a faixa mais popular do álbum: a conhecida versão do mestre Otis Redding “Hard to Handle”.

Deixaram para o final, uma passagem por temas mais recentes, de outros álbuns.

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