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The National: Uma Viagem Pelo Diário Emocional De Matt Berninger

Reportagem de Tânia Fernandes e Raquel Vaz

The National

Dois novos álbuns lançados este ano, é razão mais do que justificada para um regresso dos The National a Portugal. Mas os concertos que a banda tem dado não se ficam pela apresentação dos novos temas. Abrem o diário emocional de Matt Berninger e os The National, todas as noites, criam espetáculos únicos e exclusivos, cheios de reflexões íntimas, envolvidas em fortes melodias.

A maior parte das bandas cinge-se a um alinhamento, quando anda em digressão. É assim habitual que os fãs saibam o que vão ouvir, quando pisam um recinto de espetáculo. Os The National são uma exceção. Cada concerto é único e com o extenso reportório que já acumulam, cada noite é uma lotaria.

O início tem-se mantido estável: “Once Upon a Poolside”, “Eucalyptus” e “Tropic Morning News”. Os três de First Two Pages of Frankenstein. A partir daí, vagueiam pela carreira, de forma mais ou menos surpreendente.

Presença regular em território nacional, gozam de uma plateia sólida de seguidores. Assistimos ao segundo concerto da banda a Portugal. O primeiro de Lisboa. E tendo espreitado o alinhamento do Porto com entusiasmo, fomos sendo sucessivamente surpreendidos com temas que a banda não tocava por cá há anos, como foi o caso de “Brainy” ou “Runaway”.

The National
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Dizer que estava calor, dentro do recinto, é redutor. A condizer com a temperatura estava o entusiasmo do público.

O “povo de brandos costumes” alimenta-se da poesia musical de Matt Berninger. E quem assiste a um concerto quer repetir a dose. Porque a presença do cantor em palco é uma verdadeira catarse de emoções. Canta-se, sofre-se, exorcisam-se demónios.

Matt Berninger canta para cada uma das pessoas da sala. Olhos nos olhos, braço esticado, dedo apontado. Leva as mãos ao coração e deambula pelo palco, como se estivesse perdido. Com as suas palavras, dá enfase à melancolia e o público sente todas as suas fragilidades e junta-se a cantar.

Foi uma longa noite, de quase duas horas e meia de concerto. Com viagem por conhecidos temas mais antigos como “Bloodbuzz Ohio”, “I Need My Girl” ou “Apartment Story”. Mas também novidades frescas como a estreia ao vivo de “Crumble” do mais recente trabalho Laugh Track, assim, como o tema homónimo.

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Em “The Day I Die” assistimos à travessia do cantor pela plateia até ao bar, junto às bancadas. Voltou a repetir a aventura, desta vez do outro lado do recinto, durante “Mr. November”.

O concerto é fluido, sem grandes interrupções. A energia cresce com “Light Years” e a loucura instala-se com “England”.
“Fake Empire” é mais uma cujo refrão é sucessivamente gritada por todos os presentes.

Matt Berninger entrega autenticidade e vulnerabilidade nas suas atuações. “Weird Goodbyes”, do último álbum Laugh Track, abriu o encore. Carrega uma melancolia melódica irrepreensivel. O tema foi gravado com Bon Iver, outro mestre da escrita poética e ganha ainda mais força apresentada ao vivo.

Como é habitual, a despedida faz-se em modo acústico, com todos os músicos reunidos na frente de palco, Matt Berninger a fazer de maestro, a conduzir o coro dos presentes, no último fio de emoção da noite: “Vanderlyle Crybaby Geeks”.
Mais uma vez, a entrega dos The National ao vivo, é total!

Bartees Strange

A primeira parte foi assegurada por Bartees Strange, um músico norte-americano.
Abriu o concerto com o mote da noite, uma versão muito especial de “About Today” (cover dos The National). Seguiram-se temas do seu álbum de estreia, “Live Forever”, lançado em 2022. Uma mistura géneros que passa pelo rock, o indie, o hip hop e o R&B que não passou despercebido ao público que começava a encher o recinto.

Os The National voltam a atuar esta noite no Campo Pequeno.

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