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Inteligência Artificial, Segurança De Dados E Privacidade Na Web Summit 2018

Reportagem de Tânia Fernandes

Paddy Cosgrave

Foram quatro dias de reflexão sobre a forma como a tecnologia está a transformar a nossa vida. A Web Summit fechou portas, esta quinta-feira, depois de 4 dias de intensa atividade. Pelo recinto, composto pela Altice Arena e Feira Internacional de Lisboa passaram cerca de 70 mil pessoas.

O evento vai ficar na capital portuguesa por mais dez anos e com planos de expansão do espaço. Paddy Cosgrave, o fundador da Web Summit, anunciou, neste ultimo dia, com orgulho, que o número de participantes do sexo feminino foi de 44%. Acrescentou ainda a intenção pessoal de se mudar para Lisboa com a família.

Encerramento

Marcelo Rebelo de Sousa encerrou a última sessão com o sentimento de dever cumprido. Os desafios lançados no final da edição anterior foram, para o Presidente da República cumpridos: a Web Summit vai manter-se em Lisboa, a revolução digital está em processo de marcha e as pessoas estão cada vez mais conscientes das alterações climáticas. Defendeu ainda, neste encerramento, a necessidade de aproveitar esta revolução tecnológica para promoção do diálogo da paz.

A Inteligência Artificial

O robot Sophia foi o speaker que maior entusiasmo causou no público. Foram muito os que não resistiram ao impulso de se levantar e ir em direção ao palco, para registar o momento. Sophia veio, este ano, acompanhada do robot Hans e o seu criador, Ben Goertzel. Entre os avanços que a equipa tem conseguido, demonstrou o reconhecimento de emoções através da expressão facial. 

A IA foi apontada por diversos intervenientes, como o recurso que irá orientar a transformação tecnológica no futuro. Young Sohn, presidente da Samsung falou na Web Summit sobre a evolução da estratégia da empresa no caminho da IA. Não duvida das grandes oportunidades deste salto tecnológico, nomeadamente, na área da saúde. No entanto, afirmou que há ainda um caminho a percorrer, nomeadamente, na resolução de questões relacionadas com a educação, da criação de postos de trabalho, diversidade, segurança e privacidade.

Segurança de Dados e Privacidade

Em resposta aos incidentes que se foram registando ao longo do ano, a segurança de dados e a privacidade foram temas muito abordados ao longo da Web Summit. Christopher Wyle, antigo funcionário da Cambridge Analytica, que denunciou o uso indevido de dados pessoais pelo Facebook, veio ao palco principal contar o episódio. Deixou também um alerta sério sobre a forma como, hoje em dia, entregamos as nossas informações pessoais às empresas. “A internet é utilizada centenas de vezes por dia, nos telemóveis, nos computadores… e não há regras. Quando vamos ao médico ou andamos de avião sentimo – nos seguros. Há regras”. Afirma que assistiu a um dos maiores abusos da história e que as pessoas deviam discutir mais este assunto. “Estamos a um passo de por a IA em casa. E quando os objetos estiverem ligados entre si? A dizer o que se deve ou não fazer?”.

A necessidade de criar legislação internacional sobre o uso da IA, que garanta a segurança e liberdade das pessoas e empresas foi também defendida por Brad Smith, presidente da Microsoft. Recordou os ciberataques que, no último ano, abalaram o mundo e fez um paralelismo com a primeira Grande Guerra Mundial. Propôs, na Web Summit, a assinatura da petição “Digital Peace Now”. Um pedido, para que os governos acabem com o uso da tecnologia como arma. 

“A internet não deve ser diferente do que acontece no mundo real” afirmou Margrethe Vestager, Comissária Europeia para a Concorrência. Se o mundo digital corre sobre inovação, torna-se importante a regulamentação. “As leis certas podem ajudar a resolver o problema”. 

Criação de Conteúdos e Fake News

Santiago Lyon, atual Diretor Editorial da Adobe, foi durante muitos anos fotojornalista de guerra. Fez um dos retratos mais evidentes da forma como a tecnologia mudou a forma como vemos o mundo. “Há vinte e cinco anos o poder de difundir histórias estava concentrado nas mãos de poucas agências noticiosas. Hoje em dia fazem-se biliões de uploads de histórias, a toda a hora”. A tecnologia digital permite enviar e receber informação no imediato, com custos controlados. “Todos contamos e publicamos histórias”. 

O reverso? As notícias falsas. Dima Khalid, jornalista do Qatar, provocou a assistência ao mostrar imagens, questionado se eram verdadeiras ou falsas. Evidenciou que nem sempre se consegue identificar a veracidade de uma imagem. Na defesa da verdade da informação difundida, criou um serviço que o faz: AJ+. O seu objetivo é acabar com a desinformação e contar histórias que sejam realmente importantes para as pessoas. Sem mentiras.

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Entretenimento

E no futuro, a tecnologia vai servir para nos distrair e fazer com que nos desliguemos do mundo, ou vai servir para nos dar mais informações para podermos usufruir melhor da vida? A questão foi colocada por Ben Silbermann, criador do Pinterest. Para ele, a tecnologia e em concreto as imagens estão a fazer com que as pessoas se inspirem, sejam criativas. “Acredito que, no futuro, a câmara fotográfica vai ser uma espécie de botão do teclado. Vamos fotografar para saber o que é, para procurar mais ou para comprar”. Para Ben Silbermann, as “pessoas procuram ferramentas que as façam sentir-se bem”.

O mesmo sentimento tem Alan Schaaf, o criador da rede social Imgur. Esta comunidade, tem uma forte componente de entretenimento e é muito popular nos Estados Unidos. “Dormimos com o telemóvel debaixo da almofada e vivemos na ansiedade de ficar sem bateria”. Alan Schaaf demonstrou a vertente positiva da sua rede, pela forma autentica como as pessoas se expõe.

Nesta Web Summit ouvimos falar também, na forma como as marcas têm vindo a potenciar o seu negócio, com recurso a influencers. Os orçamentos publicitários são entregues a figuras públicas que publicam conteúdos patrocinados e atingem mais consumidores do que um anúncio de 30 segundos, altamente dispendioso, passado em prime time, na televisão. 

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Cassandra Gracey, da Sony Music explicava, esta manhã, que, antigamente, um artista gravava dois ou três singles, lançava um álbum e só depois é que ia a um programa de televisão. “Agora os músicos lançam-se em plataformas como o Youtube e têm mais seguidores no Instagram do que qualquer programa de televisão…”. 

Vencedor Final do Pitch

As boas ideias, que procuram financiamento são as grandes estrelas desta conferência de tecnologia e inovação. Wayve é o nome do projeto vencedor desta edição. O juri escolheu a empresa britânica da área da inteligência artificial. A startup de Cambridge desenvolve soluções aplicadas ao setor automóvel, nomeadamente veículos autónomos. A Wayne destacou-se entre 168 projetos finalistas, que vieram de 40 países de todo o mundo. 

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